As chuvas que assolam as ilhas cabo-verdianas de São Vicente e Santo Antão desde a madrugada segunda-feira causaram oito vítimas mortais, segundo a mais recente atualização do vereador da Proteção Civil do município de Mindelo.
“Sete são resultado das cheias e um foi eletrocutado. Temos três desaparecidos e um bom número de desalojados que estão a ser apoiados”, afirmou José Carlos da Luz, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV). Segundo o responsável, doze pessoas estão desalojadas.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram ruas inundadas e casas parcialmente destruídas, com pavimentos e calçadas levantados e detritos espalhados, evidenciando a força das chuvas. Além disso, várias viaturas e estabelecimentos comerciais foram destruídos.
As duas ilhas foram “severamente afetadas” por chuvas intensas, ventos fortes e inundações súbitas, resultando em “elevados prejuízos materiais”, referiu o Executivo de Ulisses Correia e Silva, em comunicado. “O Governo manifesta o seu profundo pesar e solidariedade para com as famílias enlutadas e com todo o povo cabo-verdiano, no país e na diáspora, que partilham deste momento de dor.”
Número de mortos pode aumentar
Foi decretado luto nacional de dois dias, a partir desta terça-feira, na sequência da passagem de uma tempestade que causou mortes e danos materiais nas ilhas de São Vicente e Santo Antão. Durante esse período, todos os edifícios públicos e representações diplomáticas e consulares de Cabo Verde terão a bandeira a meia-haste, sendo cancelados todos os espetáculos e manifestações públicas.
Num anterior comunicado, o Executivo da Praia declarara situação de calamidade em São Vicente e Santo Antão para poder acionar o fundo nacional de emergência e responder aos estragos provocados nas estradas, ruas e outras infraestruturas, e acudir às “pessoas em situação difícil provocada pela intempérie”.
O Governo anunciou que a empresa Infraestruturas de Cabo Verde estará a mobilizar meios de intervenção em parceria com as empresas locais de construção civil para ações de emergência. “É um momento que exige união nacional, solidariedade e ação concertada de todos para, juntos, ultrapassarmos esta tragédia”, acrescentou o Executivo.
O ministro da Administração Interna cabo-verdiano, Paulo Rocha, alertou que o número de mortos pode aumentar, uma vez que ainda há pessoas desaparecidas.
Portugal e São Tomé e Príncipe já manifestaram solidariedade com o povo cabo-verdiano e endereçaram condolências aos familiares das vítimas. O Governo português expressou “profundo pesar pelas vítimas da tempestade”, apresentando “condolências às famílias, ao povo irmão cabo-verdiano e às autoridades, manifestando todas as formas de solidariedade”.
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