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O sonho de Jacinto foi morto duas vezes: primeiro pela pobreza, depois pelas balas da polícia moçambicana

Jovens manifestantes queimam uma bandeira do partido Frelimo, durante protestos em Maputo
Jovens manifestantes queimam uma bandeira do partido Frelimo, durante protestos em Maputo
Siphiwe Sibeko/Reuters

Estado recorreu à violência contra cidadãos que protestavam pelo assassínio de dois colaboradores de um candidato da oposição às presidenciais do passado dia 9 de outubro. Resultados ainda não são conhecidos, mas já suscitam contestação

O sonho de Jacinto foi morto duas vezes: primeiro pela pobreza, depois pelas balas da polícia moçambicana

Lázaro Mabunda

Jornalista, correspondente em Maputo

Jacinto Ernesto era um jovem pobre, residente no bairro da Urbanização, mesmo no limite da zona de cimento de Maputo. Há dois anos, interrompeu os estudos universitários por falta de condições para se matricular no terceiro ano na Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane. Sonhava reingressar no próximo ano, mas três tiros — dois nos pés e um no abdómen — interromperam para sempre o seu sonho.

Deram-lhe dois tiros nos pés e caiu. Levantou-se e tentou correr. Voltou a cair. Seguiram-no e deram-lhe o terceiro tiro no abdómen. Morreu ali”, conta a sua avó, que o acolheu quando se tornou órfão dos pais.

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