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África

A terrível repressão de Obiang sobre Anobom, pequena ilha que é o único vínculo da Guiné Equatorial à língua portuguesa

Infraestruturas como o aeroporto e o porto de Anobom de pouco servem à população local
Infraestruturas como o aeroporto e o porto de Anobom de pouco servem à população local
D.R.

Pelo menos 42 cidadãos da pequena ilha perto de São Tomé foram presos após protestos contra os danos ambientais causados por uma empresa mineira ligada à família do ditador, que governa há 45 anos

A violência de cariz étnico continua a provocar mortes e desaparecimentos na Guiné Equatorial, antiga colónia espanhola que é, há dez anos, membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). A corrupta ditadura que Teodoro Obiang Nguema dirige há 45 anos instituiu uma espécie de hierarquia racial onde a maioria fang, que vive na zona continental do país, domina os bubis de Bioko — ilha onde fica a capital, Malabo, tornados seus servos. Os anoboneses, etnia que habita a minúscula ilha de Anobom, perto de São Tomé, descendem de escravos angolanos. Mal são considerados seres humanos pelo Governo do país africano.

A mão de ferro do regime atingiu-os reiteradas vezes. A última foi no verão passado, quando centenas de pessoas se fartaram de sofrer as consequências lacerantes das explosões realizadas por uma empresa à volta do pico Quioveo, para extrair minerais. Decidiram, assim, enviar uma mensagem às autoridades fang, que controlam a ilha, a exigir a paralisação das obras. A resposta de Obiang não tardou.

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