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O “estigma social” das mulheres com filhos deficientes e os refugiados como “moeda de troca” no Uganda

O “estigma social” das mulheres com filhos deficientes e os refugiados como “moeda de troca” no Uganda
Peter Biro/EU/ECHO

Em Nakivale, o maior assentamento de refugiados de África, um grupo de mulheres produz pequenas peças de artesanato para cuidar dos filhos com deficiências. Apesar de insuficiente, o dinheiro que conseguem permite-lhes deixar de “mendigar”. O resto da comunidade tende a “segregá-las”, porque associa uma criança com incapacidades a “um castigo de Deus”. Elogiado pela política de portas abertas, o regime autoritário de Yoweri Museveni tem usado os refugiados como “barganha”, tentando escamotear graves atropelos aos direitos humanos no país

O “estigma social” das mulheres com filhos deficientes e os refugiados como “moeda de troca” no Uganda

Hélder Gomes

no Uganda

À entrada do assentamento de refugiados de Nakivale, no sudoeste do Uganda, um grande cartaz saúda “os cidadãos do mundo”. Com uma área a rondar os 200 quilómetros quadrados e estabelecido há mais de seis décadas, trata-se do mais antigo e maior assentamento de África e o sexto maior do mundo, mas nos últimos anos enfrenta graves problemas, devido à progressiva redução de fundos dos doadores.

Segundo a Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias (ECHO, no acrónimo em inglês) e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Uganda acolhe mais de 1,5 milhões de refugiados. A maioria destes – mais de 926 mil – provém do Sudão do Sul, seguido da República Democrática do Congo (RDC, cerca de 508 mil) e, com menor expressão, Somália, Eritreia, Burundi, Ruanda, Sudão e Etiópia, entre outros.

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