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Narco Files: o poderoso Clan del Golfo e a ligação que faltava para explicar a cocaína que atravessa a Guiné-Bissau

Narco Files: o poderoso Clan del Golfo e a ligação que faltava para explicar a cocaína que atravessa a Guiné-Bissau
Micael Pereira

Uma fuga de informação revela como as autoridades colombianas ignoraram durante anos os indícios que tinham sobre os suspeitos por detrás da maior apreensão de sempre de cocaína na Guiné-Bissau, apesar da importância cada vez maior da rota da África Ocidental para a droga que chega à Europa

Narco Files: o poderoso Clan del Golfo e a ligação que faltava para explicar a cocaína que atravessa a Guiné-Bissau

Micael Pereira

Grande repórter

Quando a maior apreensão de cocaína de sempre, a Operação Navarra, aconteceu na Guiné-Bissau em setembro de 2019, a então ministra da Justiça Ruth Monteiro apressou-se a elogiar o feito. “É com grande satisfação que verificamos que a Polícia Judiciária levou a cabo as investigações e a apreensão desta quantidade de droga”, disse ela. “Estamos a falar de quase duas toneladas. Isso é realmente um golpe para os traficantes.”

Mas o que parecia ser um golpe para os traficantes foi apenas um contratempo. Poucos meses depois da apreensão, o poder político em Bissau foi tomado por um novo Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que demitiu de imediato o Governo. A ministra da Justiça e o primeiro-ministro tiveram de se esconder até conseguirem fugir do país, enquanto Braima Seidi Bá, um dos chefes da rede de tráfico identificado durante a investigação policial, foi visto a circular nas ruas da capital escoltado por militares.

Embora condenados à revelia a 16 anos de prisão num julgamento de primeira instância, Seidi Bá e o seu cúmplice Ricardo Ariza Monje, de dupla nacionalidade mexicana-colombiana, acabariam absolvidos pelo Supremo Tribunal de Justiça em junho de 2022. E o caso morreu aí.

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