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“Todos estão satisfeitos com a destituição de Ali Bongo”, “um ‘zombie’ a tropeçar no palácio presidencial”

“Todos estão satisfeitos com a destituição de Ali Bongo”, “um ‘zombie’ a tropeçar no palácio presidencial”
EPA/STR

Mais do que um golpe de Estado, o que se passou no Gabão foi “um golpe palaciano”, convergem dois analistas ouvidos pelo Expresso. Não houve “verdadeira mudança de poder” e “boa parte da elite política mantém-se em jogo”. É o caso do líder da transição, Brice Oligui Nguema, primo do Presidente deposto e destacado “membro do regime”. O que houve foi “uma redistribuição doméstica do poder”, defendem

“Todos estão satisfeitos com a destituição de Ali Bongo”, “um ‘zombie’ a tropeçar no palácio presidencial”

Hélder Gomes

Jornalista

O novo homem forte do Gabão, Brice Oligui Nguema, parece apostado em mostrar trabalho. Três dias depois de tomar posse como Presidente da transição (o que aconteceu a 4 de setembro), o general nomeou Raymond Ndong Sima como primeiro-ministro interino. Da mesma forma que prometeu organizar “eleições livres e transparentes” — sem, no entanto, avançar qualquer calendário —, também não especificou por quanto tempo Sima chefiará o Executivo de transição.

Na intrincada teia de relações próximas, algumas de parentesco, que constitui o poder no Gabão, não espanta que a dinastia Bongo tenha sido interrompida por um primo. Recorde-se que Ali Bongo Ondimba sucedeu ao pai, Omar Bongo. Preparava-se para iniciar um terceiro mandato presidencial após as eleições de 26 de agosto, de resultado contestado. Acontece que militares tomaram o poder, prenderam o Presidente reeleito e apontaram o fim da linha para a dinastia que governou mais de meio século.

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