África

Níger: ONU denuncia “condições deploráveis” em que vive Presidente deposto Mohamed Bazoum

Mohamed Bazoum numa conferência em Washington, em dezembro de 2022
Mohamed Bazoum numa conferência em Washington, em dezembro de 2022
EVELYN HOCKSTEIN

O partido de Bazoum denunciou que o Presidente está a viver "sem eletricidade, água, alimentos e medicamentos", razão pela qual apelou ao “estrito cumprimento das obrigações internacionais em matéria de direitos humanos no Níger”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciou na quarta-feira as "condições deploráveis" em que se encontra detido o Presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum.

As declarações de Guterres surgem após o partido de Bazoum, o Partido Nigerino para a Democracia e Socialismo, ter afirmado que a junta militar impôs condições "desumanas" a Bazoum e à sua família.

"O secretário-geral está profundamente preocupado com as condições de vida deploráveis em que Bazoum e a sua família estão a viver desde que foram arbitrariamente detidos por membros da Guarda Presidencial", afirmou um porta-voz de António Guterres.

"O secretário-geral reitera a preocupação com a saúde e a segurança do Presidente e da sua família, e apela mais uma vez à sua libertação imediata e incondicional e à sua reintegração como chefe de Estado", acrescentou.

O partido de Bazoum denunciou que o Presidente está a viver "sem eletricidade, água, alimentos e medicamentos", razão pela qual apelou ao "estrito cumprimento das obrigações internacionais em matéria de direitos humanos no Níger".

A 26 de julho, um grupo de militares da Guarda Presidencial deteve Bazoum, anunciou posteriormente a criação de uma junta militar, denominada Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, e anunciou a destituição do Presidente, invocando problemas de segurança no país.

A comunidade internacional manifestou preocupação com Bazoum e apelou ao restabelecimento da "ordem constitucional" após o golpe de Estado, apoiando a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que vai realizar hoje uma nova cimeira extraordinária em Abuja, capital da Nigéria, depois de ter terminado o ultimato que fez aos líderes do golpe.

A CEDEAO tinha dado à junta golpista um prazo até domingo para restabelecer no cargo o Presidente deposto, sem excluir a possibilidade de uma ação armada para atingir esse objetivo, embora tenha sido favorável à promoção da diplomacia na última reunião.

O Níger conta cinco golpes de Estado, incluindo o de 26 de julho, desde que se tornou independente de França em 1960, bem como várias tentativas falhadas, a última das quais em 2021, poucos dias antes da tomada de posse do agora Presidente deposto.

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