África

Níger: Biden pede "libertação imediata" do Presidente deposto

Joe Biden, Presidente dos EUA
Joe Biden, Presidente dos EUA
JONATHAN ERNST/REUTERS

"Neste momento crítico, os Estados Unidos estão ao lado do povo do Níger, respeitando uma parceria de décadas enraizada em valores democráticos partilhados e no apoio ao governo civil", defendeu o Presidente dos Estados Unidos

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou hoje à "libertação imediata" do Presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, detido desde a semana passada pelos militares que estiveram na origem de um golpe de Estado.

"Apelo à libertação imediata do Presidente Bazoum e da sua família, e à preservação da democracia duramente conquistada pelo Níger", afirmou Biden numa declaração emitida no 63.º aniversário da proclamação da independência do país da África Ocidental, uma base militar fundamental para as forças ocidentais na sua luta contra os terroristas no Sahel.

"Neste momento crítico, os Estados Unidos estão ao lado do povo do Níger, respeitando uma parceria de décadas enraizada em valores democráticos partilhados e no apoio ao governo civil", acrescentou Biden.

"O povo do Níger tem o direito de escolher os seus dirigentes. Eles pronunciaram-se em eleições livres e justas e isso deve ser respeitado", acrescentou.

Em comunicado, Biden sublinhou a importância da parceria entre os Estados Unidos e o Níger, país que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou em março, tendo-se encontrado com o Presidente Bazoum.

"A defesa dos valores democráticos fundamentais e o apoio à ordem constitucional, à justiça e ao direito de reunião pacífica são essenciais para a parceria entre o Níger e os Estados Unidos", afirmou.

Embaixada dos EUA no Níger reduz pessoal

Os Estados Unidos ordenaram quarta-feira a retirada do seu pessoal não essencial da embaixada em Niamey, na sequência do golpe de Estado perpetrado por militares golpistas contra o Presidente nigerino, Mohamed Bazoum, anunciou o Departamento de Estado.

"Devido a este acontecimento, o Departamento de Estado ordenou a saída dos funcionários públicos não essenciais e das suas famílias da embaixada", refere um aviso publicado no portal da diplomacia norte-americana.

Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado elevou o nível de alerta para o Níger de 3 para 4, aconselhando todos os cidadãos norte-americanos a não viajarem para o país devido à situação de segurança.

Por outro lado, reduziu ao mínimo as atividades da embaixada em Niamey e cessou todas as operações, sublinhando que só pode intervir em situações de emergência.

Alguns cidadãos americanos embarcaram na quarta-feira em voos de repatriamento franceses e italianos a partir de Niamey, mas os EUA não ordenaram qualquer retirada geral dos seus cidadãos.

EUA têm base aérea no centro do país

O Níger tornou-se um aliado essencial do Ocidente, em particular da França, com mil soldados estacionados no país. A administração Biden quer envolver-se mais em África para contrariar a influência crescente da China e - mais recentemente - da Rússia.

Os Estados Unidos têm uma base aérea no centro do Níger, utilizada para pilotar drones para atacar e vigiar os jihadistas.

A 26 de julho, um golpe de Estado no Níger, liderado pelo general Abdourahamane Tchiani, derrubou o Presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deu aos golpistas um ultimato que exige o regresso à ordem constitucional até domingo e levantou a hipótese de uma intervenção militar.

O Níger é um dos países mais pobres do mundo, apesar dos seus recursos de urânio. Assolado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida, é o terceiro país da região a sofrer um golpe de Estado desde 2020, depois do Mali e do Burkina Faso.

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