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Shell partilha exploração petrolífera em São Tomé com Galp e Petrobras

Shell partilha exploração petrolífera em São Tomé com Galp e Petrobras
D.R.

A petrolífera Shell cedeu à Petrobras e à Galp uma parte da participação na exploração que detém em São Tomé e Príncipe, do bloco 4, anunciou o diretor-executivo da Agência Nacional de Petróleo daquele país, Álvaro Silva

A multinacional holandesa Shell transferiu uma parte dos direitos de exploração de um bloco de petróleo em São Tomé e Príncipe à Galp e à petrolífera brasileira Petrobras. A cedência foi anunciada por Álvaro Silva, diretor-executivo da Agência Nacional de Petróleo daquela antiga colónia portuguesa.

"O ato que ocorreu hoje dá transferência de parte de interesse participativo da Shell para as duas empresas", disse o responsável aos jornalistas no final da cerimónia que ditou a passagem de 27,5% à Petrobras e outros 27,5% à Galp.

"Este é um negócio de risco, com investimento avultado, então a Shell trouxe parceiros para não correr o risco sozinha. Não é um novo bloco, a Shell traz parceiros para ajudá-la a fazer os trabalhos no bloco 4", explicou o diretor do regulador petrolífero, lembrando que a Shell detinha 85% da participação, e o Estado os outros 15%.

Com esta repartição da parte da Shell, a petrolífera britânica reduz a sua participação na exploração a 30%, uma alteração que "tem de ser aprovada pelo Estado de São Tomé e Príncipe enquanto dono do recurso natural".

Questionado sobre o próximo passo na exploração petrolífera neste país lusófono africano, Álvaro Silva adiantou que "é as empresas, no próximo ano, fazerem e investigação sísmica neste bloco. Vão fazer os estudos e ver o potencial de prospeção que possa existir neste bloco 4".

Para o regulador, este processo deverá ser feito não logo no primeiro trimestre, mas sim ao longo do próximo ano.

A empresa brasileira anunciou, em fevereiro de 2024, a aquisição de três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, anteriormente operados pela Shell, no contexto do regresso a África devido à convicção de que existem semelhanças técnicas e geológicas com bacias brasileiras.

A aquisição em causa foi uma operação em conjunto com a Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe e a Galp, tendo adquirido 45% de participação nos blocos 10 e 13 e 25% de participação no bloco 11.

A Petrobras prevê realizar investimentos de 111 mil milhões de dólares (106,7 mil milhões de euros) entre 2025 e 2029, dos quais 77 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros) serão aplicados no setor de exploração e produção, e 20 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros) em refinação, transporte e comercialização.

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