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“Trump vê os BRICS como ameaça ao dólar”, mas as punições e ataques dos EUA são uma “cola” que fortalece este bloco emergente

Donald Trump
Donald Trump
Getty Images

Lula da Silva reafirmou que o comércio global precisa de alternativas ao dólar americano, e Donald Trump reagiu com dureza. Ao retratar os BRICS como rivais existenciais, o Presidente dos Estados Unidos encontra justificação para o protecionismo e para reforçar a sua base. O eixo antiamericano fortalece o discurso de que os BRICS ameaçam a liderança de Washington, mesmo que ignore a diversidade de agendas e as limitações do grupo em coordenar políticas externas e monetárias

O objetivo de Donald Trump é, segundo o investigador Michael Schuman, do centro de estudos Atlantic Council e professor de economia (MBA), utilizar incentivos e punições — “mas, sobretudo, punições” — para que outros países ofereçam aos Estados Unidos melhores acordos comerciais e continuem a utilizar o dólar. “Acredita que o mercado americano é tão importante que outros países acabarão por ceder às suas exigências, e a melhor forma de atingir este objetivo é impedir a formação de alianças comerciais e monetárias compensatórias, sendo que os BRICS representam certamente uma ameaça a esta ambição”, salienta Schuman ao Expresso.

Não foi surpresa para si que, quando o Presidente dos Estados Unidos trava uma guerra comercial com o mundo, as principais economias emergentes, os BRICS, tenham entrado na sua mira. Há cerca de uma semana, decorria uma cimeira anual do grupo no Rio de Janeiro, Trump lançou ameaças aos seus membros (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irão, Emirados Árabes Unidos e Indonésia). O chefe de Estado americano avisou que imporia taxas alfandegárias (tarifas) de 10% sobre os produtos importados para os Estados Unidos, além do aumento de ‘tarifas’ já anunciado. “Qualquer país que se aliar às políticas antiamericanas dos BRICS” enfrentá-las-á, escrevia Trump nas redes sociais.

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