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Ivan Krastev: “A sociedade está em guerra civil, as balas foram transformadas em boletins de voto”

Ivan Krastev
Ivan Krastev
Focke Strangmann/picture alliance via Getty Images

O maior risco que a democracia corre é perder a capacidade de se renovar, não compreendendo a transformação profunda das sociedades, da economia e da vida. Ivan Krastev acredita que o avanço dos populismos não se trava com cordões sanitários, antes com tempo para novas experiências, e, sobretudo, confiança no eleitorado e respeito pelo erro em democracia. O investigador búlgaro fala ao Expresso da inevitável mutação da esquerda e do dilema das coligações

Há meses, o politólogo búlgaro Ivan Krastev escrevia, no jornal “Financial Times”, um artigo de opinião em tom de alerta: em três anos, a Bulgária realizou seis eleições legislativas, com sucessivos rearranjos parlamentares a não permitirem constituir um Governo que pudesse governar, sobretudo por causa do cordão sanitário aos partidos populistas.

No rescaldo dos resultados eleitorais portugueses, o Expresso entrevistou Krastev numa passagem por Lisboa, para a conferência “Admirável Nova (Des)ordem: O choque trumpiano no mundo e na Europa”, da Fundação Calouste Gulbenkian. O presidente do Centre for Liberal Strategies, em Sófia, investigador do European Council on Foreign Relations e colaborador habitual do Institute for Human Sciences, em Viena, refere que os populismos são sintomas profundos de transformações sociais, tecnológicas e políticas.

Krastev traça um diagnóstico da fragilidade democrática e do papel das elites. O “novo normal” é composto por uma sucessão de eleições, fragmentação partidária e polarização crescente. E não vamos voltar para trás, garante o politólogo.

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