Internacional

Sánchez quer aproximação da UE à China, mas secretário do Tesouro de Trump reage mal

Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez
Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez
Gonzalo Fuentes/Reuters

O primeiro-ministro espanhol defendeu uma revisão do relacionamento da União Europeia com Pequim. Scott Bessent disse que esta será uma decisão suicida porque as exportações asiáticas iriam inundar os mercados

Um movimento de aproximação da China como forma de contrariar a nova política comercial dos Estados Unidos será um suicídio. O alerta à Europa foi deixado esta quarta-feira pelo governo dos Estados Unidos, através das declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Em causa estão especificamente as afirmações feitas na véspera pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que incentivou os demais membros da União Europeia a se aproximarem da China, construindo novos laços comerciais e políticos.

"É como cortar a própria garganta", afirmou, contudo, Scott Bessent, num encontro de banqueiros, justificando a conclusão que, se o mercado estiver fechado para a China, esta tentará inundar o resto do planeta com seus produtos e práticas de dumping.

"Posso dizer ao resto do mundo que o comentário desta manhã, não sei se foi do primeiro-ministro ou do ministro das Finanças espanhol, de que talvez devessem se aliar mais à China seria como cortar a própria garganta. Porque posso garantir que essas exportações chinesas são como aquele filme da Disney com vassouras carregando baldes d'água", disse ele, referindo-se ao clássico "Fantasia: O Aprendiz de Feiticeiro". "Esse é o modelo de negócios chinês. Nunca parar, continuar a produzir e produzir, e despejar, e despejar." E, acrescentou, citado pelo jornal espanhol “El Mundo”, que, depois do muro tarifário erguido pelos EUA, a China "terá de ir para algum lugar".

Pedro Sánchez está a visitar a Ásia e na sexta-feira deverá estar em Pequim, onde se deverá encontrar com o Presidente chinês Xi Jinping, tornando-se então o primeiro chefe de governo europeu a se reunir com o líder chinês, desde que Donald Trump adotou a nova política tarifária. Esta é a terceira viagem de Sánchez à China em apenas dois anos.

O primeiro-ministro espanhol encontra-se em visita ao Vietname e anunciou um apoio de 300 milhões de euros empresas que queiram iniciar trocas comerciais com Hanói. A China e o Vietname são os países mais afetados pelas novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump.

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