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Barbárie regressa à Síria: mais de 1000 mortos em dois dias de confrontos sangrentos

Barbárie regressa à Síria: mais de 1000 mortos em dois dias de confrontos sangrentos
OMAR HAJ KADOUR

Há 745 civis entre os mais de mil mortos nos combates na província de Latakia, iniciados na quinta-feira, entre as forças de segurança e os combatentes leais ao antigo presidente Assad

Mais de mil pessoas, incluindo 745 civis, foram mortas nos dois dias de confrontos entre as forças de segurança sírias e os combatentes leais ao antigo regime de Assad, segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), citado pelo britânico “The Guardian”. É um dos mais elevados números de mortos na Síria desde 2011, numa violência sem precedentes desde a queda de Bashar al-Assad.

Na sequência da denúncia desta organização não governamental e da escalada de violência dos últimos dias, o presidente de transição da Síria, Ahmad al-Sharaa, já veio apelar este domingo, à unidade nacional e à paz civil. Um repórter do diário espanhol “El Mundo”, Javier Espinosa, denuncia matanças e o caos absoluto: “estão a assassinar famílias inteiras”.

A violência foi desencadeada por um ataque sangrento, na quinta-feira, de apoiantes de Assad contra as forças de segurança em Jablé, perto de Latakia, no oeste do país, um antigo bastião do governo deposto e berço da comunidade muçulmana alauita, da qual descende o clã Assad.

Segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG sediada no Reino Unido, que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, “745 civis alauitas foram mortos nas regiões costeiras e nas montanhas de Latakia pelas forças de segurança e grupos afiliados" neste confronto.

Pelo menos 273 membros das forças de segurança e combatentes pró-Assad também foram mortos, segundo o Observatório. A comunidade alauita é um ramo do Islão xiita.

Os confrontos começaram na quinta-feira, depois de os combatentes leais ao regime deposto de Assad terem emboscado as forças de segurança em Jableh, na província costeira de Latakia.

O ataque coordenado e de grande envergadura foi o maior desafio às autoridades islâmicas do país até à data e ocorreu três meses depois de os combatentes da oposição liderados pelo grupo rebelde islâmico Hayat Tahrir al-Sham terem derrubado o presidente sírio Bashar al-Assad.

Para esmagar a rebelião, o governo sírio apelou a reforços, com milhares de combatentes a convergirem para a costa da Síria vindos de todo o país. Embora os combatentes estejam nominalmente sob os auspícios do novo governo sírio, continuam a existir milícias, algumas das quais estiveram implicadas em anteriores violações dos direitos humanos e são relativamente indisciplinadas.

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