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Trump falou ao telefone com Putin sobre o fim da guerra? Jornal diz que sim, Kremlin não confirma nem desmente

Trump falou ao telefone com Putin sobre o fim da guerra? Jornal diz que sim, Kremlin não confirma nem desmente
Getty Images

Conversa telefónica serviu para tentar negociar o fim do conflito contra a Ucrânia. Líder russo disse ao Presidente dos EUA “quer que as pessoas deixem de morrer”. Informação é divulgada pelo jornal norte-americano “New York Post”


Foram várias as vezes que o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, falaram já ao telefone sobre o fim da guerra na Ucrânia. Trump revelou que Putin “quer que as pessoas deixem de morrer” no conflito.

A informação sobre as tentativas de Trump para tentar negociar o fim da guerra foi divulgada pelo jornal norte-americano “New York Post”, numa entrevista a bordo do Air Force One na sexta-feira. Segundo o “New York Post”, Trump acredita que Putin “se preocupa” com as vítimas do conflito: “Ele quer que as pessoas deixem de morrer”, disse Trump aos jornalistas.

O Presidente dos EUA garantiu ainda tem uma estratégia para acabar com a guerra. “Espero que seja rápido. Todos os dias estão a morrer pessoas. Esta guerra é tão má na Ucrânia. Quero acabar com esta maldita coisa”, disse. “Todas as pessoas mortas. Jovens, jovens, pessoas bonitas. São como os vossos filhos, dois milhões deles, e sem qualquer razão.”.

Trump garantiu ainda que sempre teve “um bom relacionamento com Putin”, pelo que a guerra “nunca teria acontecido” se fosse ele o presidente em 2022, quando a Rússia atacou a Ucrânia. Segundo o "New York Post", o Conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, juntou-se a Trump no gabinete a bordo do Air Force One durante a entrevista e Trump reafirmou: “Vamos começar estas reuniões. Eles querem reunir-se. Todos os dias estão a morrer pessoas. Jovens e belos soldados estão a ser mortos. Homens jovens, como os meus filhos. Em ambos os lados. Em todo o campo de batalha.”

Donald Trump disse ainda que pretende avançar com um acordo de 500 milhões de dólares com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para ter acesso a minerais e a gás. Em troca, dará garantias de segurança num potencial acordo de paz. O Vice-Presidente Vance encontrar-se-á com Zelensky na próxima semana, na Conferência de Segurança de Munique, e já deu sinais de um possível entendimento.

A presidência russa (Kremlin) escusou-se hoje a confirmar ou a negar notícias publicadas na imprensa norte-americana sobre uma alegada conversa telefónica entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin. Washington e Moscovo não confirmaram oficialmente qualquer comunicação entre os dois líderes desde que Trump tomou posse, em 20 de janeiro, depois de ter prometido pôr rapidamente fim aos combates na Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje à agência oficial russa TASS que não podia confirmar nem negar a existência de uma conversa, mas deu a entender que não tinha conhecimento de uma chamada. "O que posso dizer sobre esta informação? À medida que a administração em Washington desenvolve o seu trabalho, ocorrem muitas comunicações diferentes. E essas comunicações passam por diferentes canais", afirmou, segundo a agência francesa AFP.

"E é claro que, devido a estas numerosas comunicações, eu pessoalmente posso não saber algo, posso não ter conhecimento de algo. Por isso, neste caso, não posso confirmar nem negar esta informação", acrescentou. Peskov já tinha negado várias vezes a existência de conversas telefónicas entre os dois líderes antes do regresso do republicano Trump à Casa Branca, sede da presidência dos Estados Unidos.

O Kremlin tem dito que aguarda sinais da Casa Branca sobre um possível encontro entre Putin e Trump.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, admitiu, no final de janeiro, que o restabelecimento do diálogo político "é, sem dúvida, necessário", mas referiu que não havia progressos. O conselheiro do Kremlin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov, disse recentemente que deve ser o novo presidente a tomar a iniciativa, deixando a bola no campo de Trump, segundo a agência espanhola EFE.

Durante a campanha presidencial, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, mas, já como Presidente, chegou a ameaçar impor mais sanções à Rússia se Putin recusasse negociações com Kiev. A guerra foi desencadeada pela Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, segundo justificou Putin na altura.

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