Internacional

Irão não descarta guerra no Médio Oriente

No Irão, a população saiu à rua na sequência da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah
No Irão, a população saiu à rua na sequência da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah
Majid Asgaripour

O chefe da diplomacia iraniana afirmou este domingo que a morte do líder do Hezbollah só "aumenta as forças" do movimento. Confirmando o apoio total ao Líbano, garante que, no conflito com Israel, a guerra é uma hipótese em aberto

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, advertiu este domingo que "todas as possibilidades estão abertas" no conflito com Israel, incluindo a guerra, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, um aliado de Teerão.

"Todos reconhecem o perigo de uma guerra na região. Todas as possibilidades estão abertas neste momento", afirmou Araghchi a partir de Nova Iorque, de acordo com a agência noticiosa iraniana Fars.

O ministro iraniano disse que a morte de Nasrallah, num bombardeamento israelita na sexta-feira, "não enfraquece a resistência". "O sangue do mártir aumenta a força do Hezbollah, o seu ímpeto e o crescimento das suas forças", afirmou, citado pela agência noticiosa espanhola Europa Press.

O ministro iraniano assegurou que o Irão continuará "a apoiar firmemente o Líbano" e afirmou que as ações israelitas na região, no Líbano e em Gaza, deixaram Israel "sem futuro na região". "Nunca terão paz, um resultado natural deste crime que acelera o declínio da entidade sionista", vaticinou, apontando o dedo também aos Estados Unidos, que acusa de colaborarem na morte de Nasrallah.

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, apelou no sábado ao mundo muçulmano para apoiar o Hezbollah no confronto com Israel, numa mensagem sem qualquer referência a Nasrallah, cuja morte ainda não tinha sido então confirmada pelo movimento. "É obrigatório para todos os muçulmanos apoiar orgulhosamente o povo libanês e o Hezbollah com os seus recursos e ajudá-lo a enfrentar o regime usurpador, cruel e maléfico [de Israel]", afirmou Khamenei.

O Irão lidera o chamado "eixo de resistência" contra Israel, que inclui o Hezbollah, o Hamas palestiniano e os Huthis do Iémen, além de outros grupos extremistas.

Araghchi referiu-se também ao encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova Iorque, a quem pediu que "seja a voz da comunidade internacional". Disse ter pedido a Guterres que defenda a necessidade de "pôr termo aos crimes sionistas" face à "incapacidade demonstrada pelo Conselho de Segurança da ONU para resolver os problemas". "Os Estados Unidos têm até agora obstruído todas as iniciativas do Conselho de Segurança", lamentou.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate