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Shoshana Zuboff sobre liberdade de expressão e censura nas redes sociais: “Quanto mais sabem sobre nós, mais podem moldar e controlar”

Shoshana Zuboff
Shoshana Zuboff
Roy Rochlin

A “privacidade” como a conhecíamos deixou de existir, tornando-se palavra zombie, e a “censura” é uma “mitologia”. A filósofa Shoshana Zuboff, que escreveu “A Era do Capitalismo de Vigilância”, ainda não deixou de se interrogar sobre o desconhecimento dos que se revoltam em torno do conceito de “liberdade de expressão” nas redes sociais. É um espaço “privado” de “informação corrupta”, garante, estando há décadas a antecipá-lo. Em entrevista ao Expresso, garante que é possível travar o super poder que detêm empresários como Elon Musk, Zuckerberg, Sundar Pichai (Google), Jeff Bezos (antigo CEO da Amazon) e Satya Nadella (Microsoft)

“Nada disto poderia ter acontecido sem a intensidade da ideologia do neoliberalismo e a forma como a ideologia engoliu tanto as pessoas que pensavam em si próprias como conservadores económicos como as pessoas que se consideravam progressistas.” Quando toca na ferida, Shoshana Zuboff, professora emérita da Harvard Business School, põe tudo em causa. Afinal, de que lado está o poder, senão nos absolutistas da Meta, do X e da Amazon? Nesta entrevista ao Expresso, a filósofa americana adverte que as democracias em todo o mundo, ao enfrentarem a mudança para uma nova civilização de informação, saltaram o passo mais importante: “Fomos empurrados para este novo ambiente onde a nossa praça pública já não é uma praça pública, é uma praça privada […] E a criação de riqueza prossegue através do mecanismo do capitalismo de vigilância.”

Na perspetiva da autora do livro “A Era do Capitalismo de Vigilância: A disputa por um futuro humano na nova fronteira do poder”, e do mais antigo “Na Era da Máquina Inteligente: o futuro do trabalho e do poder”, os instrumentos de vigilância estão a criar “não só uma enorme concentração de poder económico, mas também a concentração de novos tipos de poder social e governamental”.

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