A embaixada russa em Paris acusou este domingo as autoridades francesas de “se recusarem a cooperar” com Moscovo na sequência da detenção, em França, do fundador da rede social Telegram, Pavel Durov.
“Pedimos imediatamente às autoridades francesas que explicassem as razões da sua detenção e exigimos que os seus direitos fossem protegidos e que lhe fosse concedido acesso consular. Até à data, a parte francesa continua a recusar-se a cooperar nesta questão”, acusou a embaixada russa em Paris, citada pela agência noticiosa Ria Novosti.
O diretor executivo do Telegram, serviço de mensagens encriptadas, tem nacionalidade russa e francesa.
Pavel Durov, de 39 anos, foi detido na noite de sábado, na pista do aeroporto Le Bourget, quando se deslocava, num avião privado, do Azerbaijão.
A justiça francesa considera que a falta de moderação no Telegram e a falta de cooperação de Pavel Durov com as autoridades, bem como as ferramentas que a plataforma oferece, como os números descartáveis e a criptografia, fazem dele cúmplice de crimes como o tráfico de droga, a pedofilia e fraude.
Durov abandonou a Rússia em 2014 depois de se ter recusado a obedecer às exigências das autoridades do país para encerrar comunidades da oposição na rede social VK, que acabou por vender.
A plataforma, também conhecida como VKontakte, é uma rede social russa, especialmente popular em países da ex-União Soviética. Foi fundada em 2006 por Pavel Durov e costuma ser comparada ao Facebook, pois oferece funcionalidades semelhantes. Atualmente, é detida pela empresa estatal russa Gazprom.