A polícia estadual da Pensilvânia identificou este domingo duas pessoas que foram baleadas durante o comício de Donald Trump em Butler, na Pensilvânia.
São David Dutch, de 57 anos, de New Kensington, Pensilvânia, e James Copenhaver, de 74 anos, de Moon Township, também na Pensilvânia. O estado de saúde de ambos encontra-se estável, afirmou a polícia em comunicado de imprensa, segundo a CNN. A vítima mortal é Corey Comperatore, de 50 anos.
David Dutch é comandante do Corpo de Fuzileiros Navais da Pensilvânia no Condado de Westmoreland. Após ser baleado no fígado e no peito, terá sido submetido a duas cirurgias.
Christopher Paris, comissário da polícia estadual expressou as suas condolências. “Estas vítimas e as suas famílias estão certamente nos nossos pensamentos hoje. A Polícia Estadual da Pensilvânia continua a trabalhar incansavelmente ao lado dos nossos parceiros federais, estaduais e locais enquanto a investigação prossegue.”
Thomas Crooks trabalhava num centro de enfermagem e reabilitação
Também de acordo com a CNN, Thomas Matthew Crooks, o jovem identificado como o atirador no comício, trabalhava como auxiliar de dietética num centro de enfermagem e reabilitação para idosos, a menos de um quilómetro da casa da sua família. “Estamos chocados e tristes ao saber do seu envolvimento, pois Thomas Matthew Crooks desempenhava o seu trabalho sem problemas e o seu registo de antecedentes estava limpo", disse Marcie Grimm, administradora do Bethel Park Skilled Nursing and Rehabilitation Center, acrescentando que a instituição está a cooperar com as autoridades.
Até ao momento, os investigadores não encontraram nenhuma evidência nas redes sociais ou outros escritos de Crooks que permitam perceber os motivos que os levaram a cometer o ataque. Também não foi identificada uma ideologia associada ao suspeito e ainda não há informações concretas sobre as suas ações imediatamente antes de atacar Trump, adiantou Kevin Rojek, do FBI. A agência está a tentar aceder ao telemóvel do jovem.
O FBI acredita que a espingarda usada pelo atirador no comício de Trump foi comprada legalmente pelo seu pai há pelo menos seis meses. Ainda não se sabe, contudo, como é que o jovem teve acesso à arma e se se apropriou dela sem o conhecimento do pai. Kevin Rojek afirmou que, “neste momento, não há indicação de problemas de saúde mental.”
Foram encontrados explosivos no seu carro, estacionado perto do local onde se realizou o comício. Segundo a Associated Press, também terá sido encontrado para fabricar bombas na casa onde vivia.
Num comunicado citado pela Reuters, a plataforma Discord adianta ter identificado uma conta que “parece estar ligada ao suspeito”, mas “raramente” terá sido utilizado e não foram encontradas evidências de que tenha sido usada para “planear o incidente” ou “discutir as suas opiniões políticas”.
Vítima de “bullying” no liceu; “quieto” e "simpático"
Segundo a CNN, Thomas Crooks foi vítima de “bullying” no liceu e não convivia muito com os outros alunos. Uma colega de turma do liceu descreveu-o como “quieto”, “simpático” e “bom a matemática”. Não era visto como uma pessoa violenta na escola. Os pais trabalham como assistentes sociais.
Crooks vivia em Bethel Park, um subúrbio de Pittsburgh, a cerca de 55 km do local onde decorreu o comício de Trump. Estava registado para votar como republicano e fez uma pequena contribuição para um grupo alinhado com os democratas, de acordo com registos públicos. Votou apenas uma vez, nas eleições gerais intercalares de 2022. A eleição presidencial deste ano seria a primeira em que teria idade suficiente para votar.
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