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Morreu "Doctor Ruth", a terapeuta sexual que ajudou a desfazer vários mitos relacionados com o sexo

Morreu "Doctor Ruth", a terapeuta sexual que ajudou a desfazer vários mitos relacionados com o sexo
Roy Rochlin/Getty Images

Ao longo da carreira, “Doctor Ruth” procurou incentivar um diálogo aberto sobre temas ignorados ou pouco explorados, contribuindo, desse modo, para o aumento da literacia sexual. Morreu na sexta-feira, aos 96 anos

Ruth Westheimer, terapeuta sexual que se tornou conhecida por desfazer tabus e mitos relacionados com o sexo, morreu na sexta-feira, aos 96 anos. A notícia foi confirmada à imprensa por Pierre Lehu, amigo e coautor de vários dos seus livros.

Ao longo da carreira, “Doctor Ruth” procurou incentivar um diálogo aberto sobre temas ignorados ou pouco explorados, contribuindo, desse modo, para o aumento da literacia sexual. “O sexo é um assunto privado, mas é preciso falar sobre isso”, afirmou em 2002, numa sessão com alunos de uma escola secundária nos EUA, segundo a Associated Press.

Foi no início da década de 1980, quando lançou o programa de rádio “Sexually Speaking", na estação WYNY, de Nova Iorque, que começou a ganhar popularidade. Na altura, tinha mais de 50 anos. O programa teve um grande sucesso e abriu-lhe várias portas. Em 1983, escreveu o primeiro de mais de 40 livros: "Dr. Ruth's Guide to Good Sex", que oferece conselhos práticos sobre sexualidade e relações íntimas.

A ascensão coincidiu com o início da epidemia da sida nos EUA, “quando falar sobre sexo de uma forma clara, aberta e transparente se tornou uma necessidade”, lembra a Associated Press. Ao longo de toda a sua vida, defendeu os direitos das comunidades LGBT, bem como o direito ao aborto.

Ruth Westheimer foi uma presença regular em vários “talk-shows” norte-americanos e também teve o seu próprio programa: "The Dr. Ruth Show". "Se pudéssemos falar de atividade sexual da mesma forma que falamos de comida, sem conotações negativas, daríamos um passo em frente. Mas temos de o fazer com bom gosto", afirmou em 1982.

Karola Ruth Siegel nasceu em 1928, em Frankfurt, na Alemanha. Aos 10 anos, foi enviada pelos pais para a Suíça para escapar à perseguição nazi. Nunca mais voltou a vê-los. Aos 16 anos, mudou-se para a Palestina e juntou-se a um movimento clandestino pela independência de Israel. Em 1950, casou-se com um soldado israelita e, juntos, foram viver para Paris, onde estudou Psicologia. Anos depois, após o divórcio, mudou-se para Nova Iorque com um namorado com quem teve uma filha. Em 1961, conheceu o seu companheiro de vida, um refugiado da Alemanha nazi, e voltou a ser mãe.

Completou um doutoramento na área da sexualidade, lecionou em colégios e universidades, deu várias palestras e manteve um consultório privado ao longo da vida.

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