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Parlamento da Turquia aprova candidatura da Suécia à NATO

Parlamento da Turquia aprova candidatura da Suécia à NATO
NurPhoto

País nórdico está cada vez mais perto de se tornar o 32.º Estado-membro da Aliança Atlântica. Falta a ratificação pelo parlamento da Hungria

O Parlamento turco aprovou, esta terça-feira, a adesão da Suécia à NATO. A decisão surge quase dois anos depois de o Governo da Suécia ter formalizado a candidatura do país à Aliança Atlântica.

“Hoje estamos mais perto de nos tornarmos membros de pleno direito da NATO”, lê-se na página na rede social X (antigo Twitter) do primeiro-ministro sueco. Ulf Kristersson descreve, na mesma publicação, o voto da Turquia como “positivo”.

A decisão da Turquia, segundo o The New York Times, alivia um impasse diplomático que tem dificultado as relações da Turquia com os Estados Unidos e os esforços do Ocidente em isolar a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

A ratificação da candidatura sueca à Aliança Atlântica foi aprovada por uma ampla maioria de 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstenções, marcando o fim de 20 meses de negociações entre Ancara e Estocolmo. A Suécia anunciou a sua candidatura à NATO em maio de 2022, ao mesmo tempo da Finlândia, que foi admitida na organização em abril passado.

A Turquia mantinha resistências à adesão da Suécia, alegando que as suas autoridades não tomavam medidas suficientes contra militantes de movimentos curdos residentes no país. A Turquia acusava o país nórdico de tolerância com os militantes que se tinham refugiado no seu território, alguns dos quais considerados terroristas por Ancara.

Para atender à pretensão sueca, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentou às exigências, no início de dezembro, a aprovação simultânea pelo Congresso norte-americano da venda de aviões de combate F-16 para a força aérea do seu país, o que atrasou ainda mais a aprovação do parlamento.

Ancara também exigiu que o Canadá autorizasse a venda à Turquia de um componente ótico utilizado na fabricação de 'drones' de combate.

O Governo norte-americano não é hostil à venda de F-16, mas o Congresso bloqueou-a até agora devido, em particular, às tensões recorrentes entre a Turquia e a Grécia, também membro da NATO.

Erdogan conversou por telefone no mês passado com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que argumentou que a Turquia poderia obter a aprovação necessária do Congresso para a venda dos caças de combate se a adesão da Suécia fosse ratificada.

O país nórdico está cada vez mais perto de se tornar 32.º Estado-membro da Aliança Atlântica. A faltar fica a luz verde da Hungria.

Numa mensagem publicada esta terça-feira no X, Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, revelou ter convidado o seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, para “uma visita à Hungria para negociar a adesão da Suécia à NATO”.

Budapeste deu o seu apoio de princípio à entrada da Suécia, mas o acordo final arrasta-se há meses, apelando a Estocolmo para que pare com a sua política de "difamação" em relação ao Governo húngaro, acusado de deriva autoritária.

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