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Netanyahu interrompido no Parlamento por familiares de reféns

Netanyahu interrompido no Parlamento por familiares de reféns
REUTERS

As vozes das famílias dos reféns israelitas do Hamas ouviram-se no Parlamento, onde o primeiro-ministro pedia “mais tempo” para garantir a sua libertação. Benjamin Netanyahu passou o dia a fazer declarações no sentido da continuação da guerra, a dias de cumprir três meses

Dia laboral em Israel, onde só uma minoria da população festeja o Natal e onde estão quase a atingir-se os três meses de guerra, não admira que os trabalhos do Parlamento tenham sofrido perturbações. Esta segunda-feira, o discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viu-se interrompido pelas vozes indignadas dos familiares dos reféns israelitas ainda detidos na Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro, aquando do violento ataque do Hamas a Israel.

Enquanto o governante reclamava “mais tempo” para concretizar a sua libertação, ouviram-se na sala gritos a exigirem “Agora, agora!”, ao mesmo tempo que cartazes com as inscrições “E se fosse o vosso filho?” ou "80 dias, cada minuto é um inferno" se mantinham visíveis. "Não devemos parar a guerra enquanto não conseguirmos a vitória sobre aqueles que procuram as nossas vidas", declarou Netanyahu, acrescentando: “Não vamos parar enquanto não tivermos alcançado a vitória.”

De manhã, no início de uma reunião do seu Governo na sequência da morte, desde sexta-feira, de 14 soldados israelitas em Gaza, o primeiro-ministro chamara a atenção para o “preço muito elevado” que Israel está a pagar pela guerra, admitindo, porém, não existir “outra escolha senão continuar a lutar” numa guerra que “será longa”.

Mais tarde, no regresso de uma visita às tropas israelitas que combatem no interior de Gaza e dirigindo-se a membros do seu partido, o Likud, voltou a afirmar que, longe de estar perto do fim, a guerra em curso é para continuar: “Não vamos parar. Continuamos a lutar e vamos expandir a luta nos próximos dias", declarou.

Estas palavras e a insistência na mensagem de manutenção do Estado de guerra podem ser lidas como uma resposta à proposta preliminar de cessar-fogo apresentada pelo Egito a Israel, ao grupo Hamas, aos Estados Unidos e aos governos europeus. A proposta inclui a libertação faseada de reféns e a criação de um governo palestiniano de especialistas que administraria a Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada, e que manifestamente se afasta da intenção de Israel de manter o controlo militar sobre Gaza após a guerra.

Não vamos parar enquanto não tivermos alcançado a vitória”, reiterou Netanyahu, num momento em que o número das vítimas palestinianas do contra-ataque israelita, segundo o último balanço divulgado pelo ministro de Saúde do Hamas, ultrapassa as 20.600 pessoas, na sua maioria mulheres, crianças e adolescentes.

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