
Há muito a dividir China e EUA, mas o principal ponto de discórdia é uma ilha onde os sismos e os tufões são frequentes. Viagem por um território no centro da grande tempestade mundial
Há muito a dividir China e EUA, mas o principal ponto de discórdia é uma ilha onde os sismos e os tufões são frequentes. Viagem por um território no centro da grande tempestade mundial
António Caeiro
Taipé, 24 de outubro de 2023, 7h05 da manhã. O dia começou com o chão e as paredes do quarto a tremer. Parecia um sismo. Ou seria apenas um pesadelo? Estávamos na capital de Taiwan, a ilha do Pacífico Sul que muitos especialistas de Relações Internacionais consideram o “epicentro da rivalidade entre a China e os Estados Unidos”. O susto inicial confirmou-se: era mesmo um sismo — 5,9 na escala de Richter. Todos os anos, em média, Taiwan é sacudida por dois ou três sismos com magnitude acima dos 6 graus, referiu no dia seguinte o jornal “Taipei Times”. Nada de extraordinário, afinal. Um fenómeno tão comum como os tufões que fustigam com frequência aquela ilha tropical e que Joseph Conrad descreveu como ninguém.
De um modo geral, a atmosfera é descontraída. “Tudo tranquilo”, diz Carlos Couto, um arquiteto estabelecido há quase uma década em Taiwan. Em 2015 abriu o único restaurante português de Taipé, chamado Tuga. Tem um chefe vindo de Lisboa, Nelson Santos, e uma garrafeira com mais de 400 vinhos, todos produzidos em Portugal. “Nunca imaginei ter um restaurante”, conta o arquiteto. “Pensei que seria um inferno, mas tornou-se um prazer.”
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