Internacional

Ex-ditador da República da Guiné Dadis Camara foi libertado da prisão por homens armados, mas já está de novo detido

Dadis Camara
Dadis Camara
SEYLLOU /Getty Images

Depois da fuga da prisão do antigo ditador, o governo da Guiné fechou as fronteiras do país

O ditador da Guiné Moussa Dadis Camara, libertado da prisão este sábado por um comando armado, foi recapturado, anunciou o exército do país e confirmou o seu advogado.

"O capitão Moussa Dadis Camara foi encontrado são e salvo e levado de volta à prisão", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o diretor de informação do exército (Dirpa), Ansoumane Toumany Camara, sem especificar as circunstâncias da captura.

Um dos advogados do ex-Presidente (2008-2009), Jocamey Haba, confirmou numa breve conversa com a AFP que o seu cliente estava de volta à cela.

Do grupo de três ou quatro homens (o número varia de acordo com as fontes) que foram retirados da prisão esta manhã, apenas o coronel Claude Pivi continua por encontrar, disse o diretor do Dirpa.

Pivi está a ser "ativamente procurado", disse o mesmo responsável, garantindo que o foragido "não tem hipótese de deixar o país, já que Conacri está isolada", depois de o Governo ter decretado o encerramento das fronteiras.

Acusações de assassinatos, tortura, violações e sequestro

Camara e uma dúzia de antigos militares respondem por um conjunto de assassinatos, atos de tortura, violações e sequestros, cometidos em 28 de setembro de 2009, num estádio nos subúrbios de Conacri.

Pelo menos 156 pessoas morreram e centenas sofreram ferimentos.

De acordo com um relatório da comissão de inquérito mandatada pela ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos, 109 mulheres foram violadas.

Em 2021, a República da Guiné foi alvo de um novo golpe de Estado, que levou o coronel Doumbouya a ser empossado Presidente, comprometendo-se a entregar o poder aos civis eleitos, no prazo de dois anos, a partir de janeiro de 2023.

Um grupo de partidos e organizações da oposição denunciou que os compromissos não têm sido cumpridos, alertando para uma "ditadura emergente".

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