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Internacional

Israel, o dia mais longo

Israel, o dia mais longo
RONEN ZVULUN

Duas certezas persistem neste lugar de disputa e guerra, onde até os deuses monoteístas se combatem. Primeira certeza, os palestinianos nunca se renderão. Segunda, muitos palestinianos deixaram de se ver como vítimas, num movimento simétrico ao mito fundacional do Estado de Israel. O ataque de 7 de Outubro, uma data histórica, é a prova

Israel, o dia mais longo

Clara Ferreira Alves

Escritora e Jornalista

O mito fundacional do Estado de Israel poderia resumir-se em duas palavras. Nunca Mais. Nunca mais seremos os cordeiros inocentes conduzidos para a matança. Nunca mais a Shoah, o Holocausto. Os israelitas, sobretudo os israelitas das sucessivas gerações de judeus nascidos em Israel, muitos deles descendentes de famílias dizimadas nos campos de concentração, recusam ver-se como vítimas. E não se veem como vítimas. No Yad Vashem de Jerusalém, o museu da memória do extermínio, crianças de escola viram a cara aos retratos de cadáveres com pijamas de riscas e aos mortos-vivos com rostos cavados pelo sofrimento, a prisão, a doença e a fome. Sentem vergonha. Nunca Mais.

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