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Ajuda dos EUA já está "a caminho" de Israel e inclui um porta-aviões, cinco navios de guerra e vários aviões de combate

Ajuda dos EUA já está "a caminho" de Israel e inclui um porta-aviões, cinco navios de guerra e vários aviões de combate
KEVIN LAMARQUE

O Exército norte-americano está em processo de reforço da sua presença militar no Médio Oriente e os EUA também já começaram a entregar munições adicionais a Israel

O Presidente norte-americano, Joe Biden, informou este domingo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a ajuda militar dos Estados Unidos da América "está agora a caminho" e que se espera mais "nos próximos dias", anunciou a Casa Branca.

Joe Biden prometeu a Netanyahu "apoio total ao seu Governo e ao povo israelita após um ataque horrível e sem precedentes dos terroristas do Hamas", acrescentou o executivo dos EUA em comunicado, citado pela AFP. Também expressou a sua “profunda solidariedade para com todos os desaparecidos, feridos e mortos” e sublinhou que todos os países “devem permanecer unidos perante o ataque sem precedentes e terrível dos terroristas do Hamas”.

Por seu lado, o chefe do Pentágono anunciou que os Estados Unidos começaram a entregar munições adicionais a Israel, acrescentando que o exército norte-americano está em processo de reforço da sua presença militar no Médio Oriente.

O primeiro pacote de ajuda militar "começará a partir hoje e chegará nos próximos dias", disse o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, num comunicado, acrescentando que um porta-aviões estava a caminho do Mediterrâneo.

Segundo duas fontes das autoridades norte-americanas, que falaram sob anonimato e citadas pela agência Associated Press (AP), o Pentágono ordenou que o grupo de ataque do porta-aviões Gerald R. Ford navegasse para o Mediterrâneo Oriental para estar pronto para ajudar Israel.

O USS Gerald R. Ford e os seus cerca de 5.000 marinheiros e convés de aviões de guerra serão acompanhados por cruzadores e contratorpedeiros numa demonstração de força, evidenciando assim um dispositivo pronto para responder a qualquer eventualidade.

O porta-aviões com sede em Norfolk, Virgínia, já estava no Mediterrâneo, tendo na semana passada realizado exercícios navais com a Itália no mar Jónico. É o porta-aviões mais novo e avançado dos Estados Unidos e este é o seu primeiro desdobramento completo.

Juntamente com o Gerald R. Ford, as autoridades norte-americanas vão enviar o cruzador USS Normandy, os contratorpedeiros ('destroyers') USS Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney e USS Roosevelt, e aumentar a presença de esquadrões de aviões de combate F-35, F-15, F-16 e A-10 na região.

"Os EUA mantêm forças prontas em todo o mundo para reforçar ainda mais esta postura de dissuasão, se necessário", disse Austin, no comunicado.

Além disso, a administração Biden "fornecerá rapidamente às forças de defesa de Israel equipamentos e recursos adicionais, incluindo munições", e "a primeira assistência de segurança começará a avançar hoje e chegará nos próximos dias", acrescentou.

Vários americanos mortos e desaparecidos

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje que os Estados Unidos estão a verificar os relatos que têm de norte-americanos desaparecidos e mortos na sequência do ataque do Hamas.

"Temos relatos de que vários americanos foram mortos. Estamos a trabalhar horas extras para verificar isso. Ao mesmo tempo, há relatos de americanos desaparecidos e também estamos a trabalhar para verificar esses relatos", disse Blinken aos media, citado pela agência Efe.

Israel e as milícias palestinianas em Gaza vivem o segundo dia de guerra, com intensos combates em áreas israelitas perto da Faixa de Gaza, onde ainda há presença do Hamas, enquanto os disparos de foguetes e bombardeios continuam, com mais de mil mortos em ambos os lados num conflito sem precedentes.

EUA não têm “provas diretas” do envolvimento do Irão

O Hamas afirmou ter contado com o apoio do Irão para realizar o ataque a Israel, que envolveu ‘rockets’, drones, milicianos a aterrar de pára-quedas em território israelita e a entrada de outros combatentes do grupo islâmico em localidades perto da Faixa de Gaza.

Em entrevista a um canal norte-americano, o secretário de Estado norte-americano afirmou que EUA ainda não têm provas do envolvimento do Irão no ataque, embora se saiba que o país tem apoiado militar e financeiramente o Hamas.

"O Hamas não seria o Hamas sem o apoio que tem recebido do Irão ao longo de muitos anos. Ainda não vimos provas diretas de que o Irão esteve por detrás deste ataque em particular ou que esteve envolvido. Mas o apoio ao longo de muitos anos é claro", disse, segundo a BBC.

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