O Nobel não premeia mortos e raras vezes distingue pessoas que estão detidas. Fê-lo em 2022, quando premiou o ativista bielorruso Ales Bialiatski, e voltou a fazê-lo este ano, ao atribuir o galardão a Narges Mohammadi, a quinta pessoa presa a ser distinguida com o Nobel da Paz.
O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, ainda não reagiu à atribuição do Nobel da Paz à combatente pelos Direitos Humanos Narges Mohammadi. Mas sabemos que Adolf Hitler teve uma fúria quando soube que o jornalista (e socialista) alemão Carl von Ossietzky fora distinguido com o Nobel da Paz em 1935. Carl foi um dos principais críticos da política alemã nos anos que antecederam a II Guerra Mundial. Foi preso pelos nazis e enviado para um campo de concentração, por ter denunciado o rearmamento que estava a ser preparado, contrário ao acordado no Tratado de Versalhes, em 1919..
Carl recebeu o galardão no ano seguinte. Em 1991, foram os filhos da birmanesa Aung San Suu Kyi que receberam o prémio que distinguiu a luta da mãe, que permanecia em prisão domiciliária e impedida de sair do país. Dezanove anos depois, em 2010, o comité Nobel homenageou a luta não violenta do ativista chinês Liu Xiaobo, que se encontrava detido.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt