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Vinte anos depois de Shirin Ebadi há um novo Nobel da Paz para as mulheres do Irão: a luta de Narges Mohammadi venceu

Vinte anos depois de Shirin Ebadi há um novo Nobel da Paz para as mulheres do Irão: a luta de Narges Mohammadi venceu
NurPhoto

Narges Mohammadi, 51 anos, presa pela primeira vez em 2011, condenada a mais de 30 anos, privada de medicamentos na prisão, foi distinguida com o Nobel da Paz 2023. Narges simboliza e unifica a causa de todos os iranianos que lutam pela liberdade

O Nobel não premeia mortos e raras vezes distingue pessoas que estão detidas. Fê-lo em 2022, quando premiou o ativista bielorruso Ales Bialiatski, e voltou a fazê-lo este ano, ao atribuir o galardão a Narges Mohammadi, a quinta pessoa presa a ser distinguida com o Nobel da Paz.

O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, ainda não reagiu à atribuição do Nobel da Paz à combatente pelos Direitos Humanos Narges Mohammadi. Mas sabemos que Adolf Hitler teve uma fúria quando soube que o jornalista (e socialista) alemão Carl von Ossietzky fora distinguido com o Nobel da Paz em 1935. Carl foi um dos principais críticos da política alemã nos anos que antecederam a II Guerra Mundial. Foi preso pelos nazis e enviado para um campo de concentração, por ter denunciado o rearmamento que estava a ser preparado, contrário ao acordado no Tratado de Versalhes, em 1919..

Carl recebeu o galardão no ano seguinte. Em 1991, foram os filhos da birmanesa Aung San Suu Kyi que receberam o prémio que distinguiu a luta da mãe, que permanecia em prisão domiciliária e impedida de sair do país. Dezanove anos depois, em 2010, o comité Nobel homenageou a luta não violenta do ativista chinês Liu Xiaobo, que se encontrava detido.

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