A Amazon emitiu novas regras para a publicação de livros na plataforma, limitando desta vez a três por dia o número de obras que os autores podem colocar por conta própria. A diretiva surge em resposta à quantidade de material suspeito gerado por inteligência artificial que foi colocado à venda nos últimos meses, detalha o jornal “The Guardian”.
O anúncio do novo limite acontece apenas uma semana depois de a Amazon ter passado a exigir que os autores informem a empresa quando o seu conteúdo for gerado por inteligência artificial. A plataforma passou mesmo a mostrar uma nova secção com definições de conteúdo “gerado por inteligência artificial” e “assistido por inteligência artificial”. Apesar de a categorização estar agora disponível, a Amazon não verifica se os autores estão, ou não, a colocar à venda conteúdo gerado com recurso a tais ferramentas.
No início do mês, começaram a circular denúncias de que livros sobre cogumelos encontrados no site da Amazon teriam sido produzidos com inteligência artificial, contendo conselhos “potencialmente perigosos”. Os livros de viagens que inundaram a plataforma também geraram preocupação. A Amazon viu-se obrigada a remover livros suspeitos de terem sido gerados pela inteligência artificial e que se encontravam falsamente listados como escritos por Jane Friedman.
No fórum “Kindle Direct Publishing”, a empresa admitiu agora que iria “reduzir os números estabelecidos para a criação de novos títulos”. Através do “Kindle Direct Publishing”, os autores podem publicar os seus trabalhos e listá-los para venda no site da Amazon. A empresa adianta que está a ”monitorizar ativamente a rápida evolução da inteligência artificial e o impacto desta na leitura, escrita e publicação de obras", garantindo que “muito poucos” editores sejam afetados.
Ao “Guardian”, Jane Friedman expressou que as medidas apresentadas teriam um efeito limitado. “É improvável que o material gerado pela inteligência aryificial desapareça tão cedo, dados os numerosos cursos que estão agora a ser promovidos para pessoas que procuram obter lucros fáceis com a venda de material gerado com essas ferramentas, sendo muitos deles de baixa qualidade e alguns até fraudulentos, como pude constatar."
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
