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Inquérito sobre democracia no mundo: maioria prefere viver num Estado democrático, mas jovens são os mais descontentes

“Eu votei”, congratula-se este casal norte-americano
“Eu votei”, congratula-se este casal norte-americano
GEORGE FREY / GETTY IMAGES

Um inquérito realizado em 30 países revela que, de geração em geração, cada vez menos pessoas acreditam na democracia. Os alarmes soam com principal preocupação em torno dos mais jovens. O barómetro divulgado esta terça-feira revela que 35% dos inquiridos consideram que ter um líder forte é uma boa forma de governar um país

Margarida Mota

Jornalista

Muitos jovens sentem-se descrentes relativamente à democracia e até nem se importariam de viver sob os ditames de um líder forte, que governasse sem preocupações eleitorais ou sem ter de prestar contas a assembleias legislativas.

Esta é uma das conclusões, e porventura das mais preocupantes, apuradas pelo inquérito global “Pode a democracia dar resultados?”, publicado esta terça-feira e encomendado pela organização Open Society Foundations, criada graças à fortuna pessoal do filantropo húngaro-americano George Soros.

Segundo este barómetro, 35% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 35 anos consideram que ter um líder forte é uma boa forma de governar um país. Entre os questionados com mais de 56 anos, essa opinião é partilhada por apenas 26%.

Entre as razões para a pouca fé dos jovens na democracia está uma sensação de “policrise” decorrente de múltiplos desafios que o mundo enfrenta. Das desigualdades sociais às alterações climáticas, o peso destes problemas ofusca as provas de que as democracias melhoram, efetivamente, a vida das pessoas, conclui o relatório.

Neste espírito, uns expressivos 42% dos inquiridos entre as camadas mais jovens consideram que um regime militar é uma boa forma de governar um país. Entre os maiores de 56 anos, a percentagem fica-se pelos 20%.

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