Muitos jovens sentem-se descrentes relativamente à democracia e até nem se importariam de viver sob os ditames de um líder forte, que governasse sem preocupações eleitorais ou sem ter de prestar contas a assembleias legislativas.
Esta é uma das conclusões, e porventura das mais preocupantes, apuradas pelo inquérito global “Pode a democracia dar resultados?”, publicado esta terça-feira e encomendado pela organização Open Society Foundations, criada graças à fortuna pessoal do filantropo húngaro-americano George Soros.
Segundo este barómetro, 35% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 35 anos consideram que ter um líder forte é uma boa forma de governar um país. Entre os questionados com mais de 56 anos, essa opinião é partilhada por apenas 26%.
Entre as razões para a pouca fé dos jovens na democracia está uma sensação de “policrise” decorrente de múltiplos desafios que o mundo enfrenta. Das desigualdades sociais às alterações climáticas, o peso destes problemas ofusca as provas de que as democracias melhoram, efetivamente, a vida das pessoas, conclui o relatório.
Neste espírito, uns expressivos 42% dos inquiridos entre as camadas mais jovens consideram que um regime militar é uma boa forma de governar um país. Entre os maiores de 56 anos, a percentagem fica-se pelos 20%.
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