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Pacheco Pereira foi à Ucrânia recolher papéis e objetos que fazem História

José Pacheco Pereira, do arquivo Ephemera
José Pacheco Pereira, do arquivo Ephemera
António Cotrim/Lusa

Pacheco Pereira foi a Kiev a convite de Marcelo: “Devíamos conhecer melhor a propaganda russa. Manifestei-me sempre contra a proibição das emissoras ligadas à Federação Russa. Acho uma asneira. Quem quer convencer-se das razões da Rússia não precisa de ver os canais de propaganda de Putin”, disse ao Expresso

José Pacheco Pereira, advogado, historiador e dinamizador do arquivo Ephemera, esteve em Kiev a convite de Marcelo Rebelo de Sousa. Veio recolher pedaços de mais uma fissura histórica. São os momentos em que as máquinas governamentais produzem alguma da mais astuta propaganda. “Do ponto de vista do arquivo é importante recolher tudo quanto diz respeito à atividade política, no fundo, às questões sociais, culturais e económicas. Isso é retratado em formas de propaganda ou de comunicação muitas vezes tratadas como secundárias, sem o serem: graffiti nas paredes, pichagens, cartazes, muitas vezes rasgados”, explica ao Expresso.

“Especialista no efémero”, como se classifica, deliciou-se com uma velha revista satírica russa que estava no chão de uma casa destruída em Horlenka. “Há uma caricatura com um carro americano em cima do qual vai o urso soviético. É uma crítica aos dois lados”, diz Pacheco. Dois lados que tendem a dissolver-se quando há claramente uma vítima e um agressor. “A simplificação moral é fácil, a solução política é que é difícil. A Ucrânia foi invadida sem razão forte, com objetivos de domínio, primeiro político e depois territorial”, prossegue. Outra coisa é concordar com a higienização do espaço comunicacional. “Devíamos conhecer melhor a propaganda russa. Manifestei-me sempre contra a proibição das emissoras ligadas à Federação Russa. Acho uma asneira. Quem quer convencer-se das razões da Rússia não precisa de ver os canais de propaganda de Putin.”

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