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Este é o dia em que a Índia conquistou a Lua: a alunagem da sonda Chandrayaan-3 foi “suave e bem-sucedida”

Este é o dia em que a Índia conquistou a Lua: a alunagem da sonda Chandrayaan-3 foi “suave e bem-sucedida”
DADO RUVIC

A Índia está em festa e celebra uma grande vitória na conquista do espaço, a primeira alunagem no polo Sul da Lua. Até agora, só os Estados Unidos, a União Soviética e a China tinham alunado uma sonda no satélite da Terra, mas nenhuma destas potências o tinha conseguido no polo Sul, onde se suspeita que existam reservas de água congelada

Três dias depois da Rússia falhar a sua primeira missão lunar da era pós-soviética (e dos últimos 47 anos), a Índia celebra a alunagem do módulo Vikram, da sonda Chandrayaan-3, no polo Sul da Lua. “Uma descida suave e bem-sucedida na Lua”, como descreve o The Times of India.

A Índia é o primeiro país a fazer alunar com êxito uma sonda espacial não tripulada no polo Sul da Lua . Esta grande conquista acontece 76 anos depois de o país se tornar independente do Reino Unido, a 15 de agosto de 1947, e quatro anos após ter falhado a primeira tentativa de alunagem.

A Índia junta-se agora aos Estados Unidos, à Rússia e à China, que, até aqui, eram os únicos países que tinham feito pousar módulos na Lua.

Rússia perde, Índia celebra

A Chandrayaan-3 alunou três dias depois do acidente que destruiu a sonda russa Luna-25 (20 de agosto) e os sonhos de Moscovo regressar aos tempos da bem sucedida corrida ao espaço da era soviética. A Luna-25 era a primeira missão espacial russa da era pós-soviética. A última tentativa de Moscovo foi feita em 1976, ou seja há 47 anos.

A proeza de regressar à Lua é agora da Chandrayaan-3, nave que foi lançada a 14 de julho. O facto de ter alunado no polo Sul é relevante, porque, se se confirmar a existência de reservas de água gelada, esta área poderá servir de base para futuras missões espaciais tripuladas para Marte e outros planetas.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que este 23 de agosto é um “um dia histórico”, porque é a data em que a Índia se tornou o primeiro país a colocar uma sonda na superfície lunar junto ao polo sul.

A missão Chandrayaan-3 é composta por um módulo de aterragem autónomo de 1,7 toneladas, um módulo de propulsão de 2,1 toneladas e um veículo robótico de 26 quilos e pretende desenvolver e testar novas tecnologias necessárias para missões interplanetárias.

As cargas úteis do módulo de aterragem incluem instrumentos para medir a condutividade térmica e a temperatura, para medir a sismicidade em torno do local de alunagem, para estimar a densidade do plasma e as suas variações, bem como um conjunto de retrorefletores laser passivos da NASA para estudos de alcance de laser na superfície lunar.

O veículo robótico está equipado nomeadamente com um espetrómetro de raios X de partículas alfa (APXS) e com um espetroscópio de decomposição induzida por laser (LIBS), para determinar a composição elementar na proximidade do local de aterragem.

A mágica palavra sânscrita

Chandrayaan significa "nave lunar" em sânscrito. O programa foi desenvolvido pela Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO).

A Índia já tinha tentado alunar junto do polo Sul da Lua em 2019, com a nave espacial “Chandrayaan-2”. Algo correu mal e Terra perdeu a comunicação com a nave antes desta alunar.

Os Estados Unidos – através do programa Ártemis, da NASA – têm o objetivo de fazer alunar no polo Sul da Lua a primeira astronauta e o primeiro astronauta negro, em dezembro de 2025.

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