Internacional

Lula da Silva já está em Bruxelas para participar em cimeira da UE com América Latina

Lula da Silva já está em Bruxelas para participar em cimeira da UE com América Latina
ADRIANO MACHADO/Reuters

Não há indicação de qualquer encontro bilateral com o primeiro-ministro português, António Costa, mas, segundo o gabinete de comunicação de Lula da Silva “a agenda pode mudar”

O Presidente do Brasil já está em Bruxelas para participar, segunda e terça-feira, na cimeira da União Europeia com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), na qual espera um “aprofundamento das relações”.

Fonte do gabinete de comunicação do chefe de Estado brasileiro disse à agência Lusa que, cerca das 16:00 (hora local, menos uma em Lisboa), Lula da Silva aterrou na base aérea de Melsbroek, o aeroporto militar de Bruxelas, no avião oficial da Presidência com a sua comitiva para dois dias da cimeira UE-CELAC, que não se realiza desde 2015.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter no sábado à noite, Lula da Silva considerou que esta cimeira “será um espaço importante para aprofundar relações” entre as regiões e disse esperar “dias de muito trabalho pelo desenvolvimento do Brasil”.

De acordo com a agenda de Lula da Silva, enviada à Lusa, para segunda-feira estão previstas reuniões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a participação no fórum empresarial UE-América Latina e, para terça-feira, está prevista a participação na reunião do Partido Socialista Europeu, à margem da cimeira.

Para já, não há indicação de qualquer encontro bilateral com o primeiro-ministro português, António Costa, mas, segundo o gabinete de comunicação de Lula da Silva “a agenda pode mudar”.

Mais de 50 líderes da UE e da América Latina reúnem-se na segunda e terça-feira em Bruxelas para reforçar os laços diplomáticos, após oito anos sem cimeiras, um evento já marcado por divergências sobre a declaração final.

Fontes europeias explicaram que esta que é a terceira cimeira da UE com a CELAC, após a última se ter realizado em 2015, e que se vai focar no relançamento da parceria entre as duas regiões para as preparar para os novos desafios, como as consequências da covid-19 e da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.

O regresso ao poder do Presidente brasileiro, Lula da Silva, também faz com que este seja o momento propício, segundo as mesmas fontes diplomáticas comunitárias, para discutir este reforço dos laços diplomáticos do bloco europeu e latino-americano, dada sua a posição pró-europeia.

Ainda assim, apesar da vontade comum de estreitar laços entre as regiões, a declaração final da cimeira está a causar divergências entre o bloco europeu e latino-americano, num trabalho ainda em curso ao nível dos embaixadores, após oito rascunhos e de o texto ter passado de 13 páginas para três na versão mais recente.

A causar maior fricção está a referência ao acordo da UE-Mercosul - o Mercado Comum do Sul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - por haver países que no bloco comunitário (como França e Áustria) contestam essa menção por razões comerciais e ambientais.

Outro dos pontos divergentes é referente à inclusão de uma menção à Ucrânia na declaração final, dadas as diferentes posições no bloco latino-americano (nomeadamente por parte do Brasil), estando para já apenas prevista a condenação, em termos gerais, do conflito.

A gerar consenso entre os dois blocos está a intenção de fazer cimeiras com mais regularidade, de dois em dois anos, estando a próxima prevista para a Colômbia em 2025, e de criar um mecanismo de cooperação permanente para reuniões regulares.

Em termos mundiais, a UE e a CELAC representam quase 60 países, cerca de um terço do território, 14% da população (mil milhões de pessoas) e 21% do Produto Interno Bruto.

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