Internacional

Líder da extrema-direita na Finlândia pede desculpa por comentários racistas

Riikka Purra e Petteri Orpo
Riikka Purra e Petteri Orpo
LEHTIKUVA/Reuters

Caso surge duas semanas depois da renúncia de um dos membros do executivo, também do Partido dos Finlandeses, por comentários pró-nazi, que mancharam o início do governo liderado pelo conservador Petteri Orpo

A líder da extrema-direita e 'número 2' do governo finlandês, Riikka Purra, retratou-se esta terça-feira por comentários de cariz racista produzidos há cerca de 15 anos, após fortes críticas dentro do executivo. Este caso surge duas semanas depois da renúncia de um dos membros do executivo, também do Partido dos Finlandeses, por comentários pró-nazi, que mancharam o início do governo liderado pelo conservador Petteri Orpo [Partido de Coligação Nacional].

Riikka Purra, líder do partido nacionalista anti-imigração Partido dos Finlandeses, que pertence à coligação no poder, foi acusada na segunda-feira de ter utilizado inúmeras expressões de natureza racial, violenta e anti-mulçumanos em comentários divulgados em 2008 no blogue de outro político de extrema-direita Jussi Halla-aho.

Depois de inicialmente se ter recusado a assumir a responsabilidade pelos comentários, a 'número 2' do governo finlandês acabou por se retratar. "Peço desculpas pelos comentários estúpidos que fiz há 15 anos e pelos sentimentos e danos que estes causaram. Não sou uma pessoa perfeita", sublinhou, através da rede social Twitter.

Riikka Purra, de 45 anos, foi reconhecida como o utilizador 'riikka' no fórum de debate em questão. As declarações geraram condenações dentro do governo finlandês.

"Tais palavras são inaceitáveis para qualquer pessoa, independentemente do partido", realçou Anders Adlercreutz, ministro de Assuntos Europeus e membro do Partido do Povo Sueco [SFP - representante da minoria finlandesa de língua sueca] que também integra a coligação governamental que junta ainda os democratas-cristãos. O Presidente finlandês Sauli Niinistö, que participa na cimeira da NATO que decorre em Vílnius, pediu ao governo "que assuma uma posição clara de tolerância zero contra o racismo".

No final de junho, o novo ministro da Economia finlandês, Vilhelm Junnila, teve que renunciar após a polémica causada pelas suas declarações antigas, favoráveis aos nazis. Junnila tinha discursado, pelo menos uma vez, em 2019, num protesto organizado pelo grupo de extrema-direita Coligação de Nacionalistas, conhecido pelas suas ligações com o grupo anti-imigrante Soldados de Odin.

Durante a última campanha legislativa, Vilhelm Junnila também brincou com o número de candidatos, 88, número utilizado por grupos neonazis para assinalar a sua fidelidade a Hitler.

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