O Governo francês volta, neste domingo, a mobilizar 45.000 polícias para lidar com os protestos que decorrem no país, após as autoridades terem morto um jovem nos arredores de Paris.
O ministro do Interior pediu "firmeza" e que todas as detenções sejam efetuadas "o mais rapidamente possível", divulgou a sua equipa, citada pela Agência France Presse (AFP).
Nahel M., de 17 anos, foi morto pela polícia na sequência de uma operação stop em Nanterre. O Ministério Público disse que o jovem estava a conduzir na faixa dos autocarros, tendo sido mandado parar pela polícia, mas não obedeceu à ordem.
Um dos agentes disparou contra Nahel, atingindo-o no braço e no peito.
As cerimónias fúnebres de Nahel decorreram no sábado, em Nanterre, com um velório privado, uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local, onde compareceram centenas de pessoas.
A avó de Nahel M. apelou neste domingo aos manifestantes que parem com os confrontos, após cinco noites de tumultos. "Quero que tudo isto acabe. Peço às pessoas que estão a destruir coisas que parem. Não destruam as escolas", afirmou a avó de Nahel M., identificada como Nadia, em declarações à BFMTV.
Nadia acusou parte dos manifestantes de estar a usar a morte do neto como uma desculpa para destruir o país. "Não destruam as escolas, não destruam os autocarros", reforçou.
O Governo francês pediu para que se evitem generalizações sobre a polícia francesa e garantiu que, em caso de abuso, a justiça investigará.
Pelo menos 718 pessoas foram detidas e 45 polícias ficaram feridos na quinta noite consecutiva de distúrbios em França.
Numa publicação na conta pessoal na rede social Twitter, o ministro do Interior francês, Gérard Darmanin, indicou que, apesar dos incidentes, a noite de sábado para domingo foi mais calma que as anteriores, facto que, no seu entender, se deve a uma maior presença das forças de segurança nas ruas.
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