Os destroços do submersível Titan foram esta quarta-feira transportados para terra, após a sua implosão fatal ocorrida na semana passada, durante uma viagem até aos destroços do navio Titanic. O que restou do pequeno veículo projetado para operar debaixo de água, hoje devolvido ao porto de São João da Terra Nova, no Canadá, é a peça fundamental da investigação para esclarecer as razões por que este implodiu, matando as cinco pessoas que seguiam a bordo.
Os pedaços de metal retorcido do veículo subaquático de 6,71 metros foram desembarcados numa doca da Guarda Costeira Canadiana. O navio canadiano Horizon Arctic transportou um veículo controlado remotamente (ROV) para procurar no fundo do oceano, perto dos destroços do Titanic, os fragmentos do submersível.
A Pelagic Research Services, uma empresa com escritórios no Estado norte-americano de Massachusetts e em Nova Iorque que é proprietária do ROV, declarou hoje num comunicado que completou as operações em alto-mar.
A empresa indicou que a sua equipa "ainda está em missão" e não pode emitir comentários acerca da investigação em curso sobre o Titan, que envolve várias agências governamentais nos Estados Unidos e no Canadá.
"Eles têm estado a trabalhar em contrarrelógio nos últimos dez dias, enfrentando os desafios físicos e mentais desta operação, e estão ansiosos por concluir a missão e regressar para junto dos seus entes queridos", disse a Pelagic Research Services no comunicado.
Os destroços do Titan foram localizados a cerca de 3.810 metros de profundidade e a quase 488 metros do Titanic, no leito oceânico, indicou na semana passada a Guarda Costeira, que está a conduzir a investigação sobre as circunstâncias que causaram a implosão do veículo subaquático a 18 de junho, durante a sua descida em direção ao Titanic, o luxuoso navio naufragado em 1912 na sua viagem inaugural, após embater num icebergue.
As autoridades anunciaram a 22 de junho que o submersível Titan tinha implodido e que as cinco pessoas a bordo estavam mortas. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes disse que a Guarda Costeira classificou a perda do Titan como "um grande desastre marítimo" e lideraria a investigação.
A OceanGate Expeditions, a empresa proprietária e operadora do Titan, está sediada nos Estados Unidos, mas o submersível estava registado nas Bahamas. A OceanGate tem sede em Everett, Washington, mas encerrou quando os restos do Titan foram encontrados.
Por outro lado, o navio-mãe do Titan, o Polar Prince, era do Canadá, e as pessoas que morreram no submersível eram oriundas de Inglaterra, Paquistão, França e Estados Unidos.
A operadora cobrou a cada um dos passageiros 250.000 dólares (229.000 euros) para participar na viagem. A implosão do Titan tem levantado questões sobre a segurança de operações de exploração subaquática privadas.
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