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O diplomata equatoriano que visitou Assange na prisão: “Denunciar o que lhe fazem é desafiar os Estados Unidos”

O diplomata equatoriano Félix Narváez diz-se amigo de Julian Assange, com cujo destino está preocupado
O diplomata equatoriano Félix Narváez diz-se amigo de Julian Assange, com cujo destino está preocupado
Gorka Castillo

O diplomata equatoriano Félix Narváez visitou recentemente o fundador da Wikileaks na prisão inglesa onde aguarda o desfecho do pedido de extradição para os Estados Unidos. Cônsul do seu país em Londres na altura em que Julian Assange esteve refugiado na embaixada, fala do seu caso e do que considera ser um ataque concertado e preventivo aos direitos humanos

O jornalista australiano Julian Assange, fundador da Wikileaks, está preso desde 2019 na cadeia de Belmarsh, conhecida como o Guantánamo britânico. É uma prisão que alberga os reclusos mais perigosos do Reino Unido. Pendente de ordem de extradição para os Estados Unidos, Assange corre o risco de ser condenado a 175 anos atrás das grades por espionagem. Fidel Narváez, cônsul do e Equador em Londres durante oito anos, no tempo do Presidente Rafael Correa, conheceu Assange desde a altura em que foram publicados telegramas diplomáticos de vários países, incluindo o seu. A 29 de junho de 2012, foi ele quem recebeu o ativista na embaixada equatoriana em Londres. A mudança de Governo em Quito e a prisão de Assange não impediram a amizade de continuar. Narváez visitou recentemente Assange na cadeia. Defende que este caso “é um aviso sobre o que pode acontecer a qualquer um que divulgue os crimes cometidos pelos Estados Unidos”.

Como lhe pareceu Julián Assange?
Estou muito preocupado com o meu amigo. Julian Assange é uma pessoa resiliente, um lutador, alguém que nunca vai render-se à primeira, mas também é um ser humano. E tem limites. Temos de entender que os sete anos na embaixada do Equador em Londres foram uma prisão, embora estivesse protegido e recebesse tratamento amável, pelo menos durante os cinco primeiros anos. Estar confinado tem efeitos muito fortes, físicos e mentais, sobre qualquer pessoa. E acresce que desde 2019 está em Belmarsh, onde cumprem pena os presos considerados de maior perigosidade no Reino Unido, sujeitos a um regime de segurança muito duro, com muitas limitações.

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