Internacional

Irão: Protestos não deixam tudo igual

7 maio 2023 23:30

Catarina Brites Soares

foto afp/getty images

Ativistas defendem que há uma viragem em curso e que Estados Unidos e Europa pouco se têm esforçado para lá das palavras. “É muito claro que [a comunidade internacional] não quer participar na luta”, diz a ativista Ryma Sheermohammadi

7 maio 2023 23:30

Catarina Brites Soares

R yma Sheermohammadi é iraniana. Vive em Barcelona há mais de 30 anos, onde construiu família e carreira. Entre outros êxitos, é conhecida por ter sido intérprete de Shirin Ebadi — primeira mulher iraniana e muçulmana a receber o prémio Nobel da Paz (2003) — e por ter traduzido do persa para catalão o livro do realizador iraniano Abbas Kiarostami “El vent se m’endurà” (“O vento me levará”). Além de tradutora de entidades como as Nações Unidas, Sheermohammadi é ativista. Foi assim que se tornou conhecida, sobretudo desde o início dos protestos que assolaram o Irão.

Se estivesse no país, nem uma nem outra faceta seriam possíveis, pelo menos sem consequências graves. É provável que a sua vida se limitasse às outras duas: ser mãe e mulher de alguém. Viver fora permitiu-lhe ser a voz das que são silenciadas por um autoritarismo que se agravou em 1979. Desdobra-se em entrevistas, palestras e debates para denunciar os abusos do regime teocrático implantado com a Revolução Islâmica.