Num vídeo de setembro de 2020, o jornalista Rafael Moreno desce agarrado a uma corda por um buraco de cerca de um metro de largura e vários metros de profundidade. Com um sorriso no rosto e os sons do reggaeton ao fundo, Rafael fala com a pessoa que segura a câmara enquanto vai descendo lentamente pela terra adentro. “Parece que estou a reviver os dias em que eu era mineiro”, diz ele.
Rafael, um jornalista de investigação da região densamente florestada de Córdoba, no norte da Colômbia, já conhecia esta mina de ouro, chamada El Alacrán. Ele cresceu na aldeia ao lado. A aldeia, aliás, tem o mesmo nome que a mina. Foi ali, segundo ele, que ensinou os seus próprios filhos a orgulharem-se de terem raízes, nesse “cantinho perdido do mundo”.
Todos em El Alacrán ainda se lembram do “pequeno” Rafael Moreno. Embora o jornalista tivesse deixado a aldeia aos 18 anos de idade, ele voltava regularmente. “Ficava na nossa casa, na sua antiga casa. Fazia parte da comunidade", recordou María Martínez, que agora vive na casa em que Rafael cresceu. "Eu dizia-lhe: 'Tem cuidado, fica calmo e calado, podes ser morto".
"Foi o que aconteceu", disse ela, enxugando as lágrimas.
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