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“A coragem dos que resistiram no gueto projeta-se para lá de Varsóvia” Presidentes polaco e alemão traçam paralelos entre nazis e Putin

Os presidentes alemão, Frank-Walter Steinmeier, polaco, Andrzej Duda, e isarelita, Isaac Herzog, depuseram coroas de flores no Monumento aos Heróis do Gueto, em Varsóvia, durante a comemoração do 80º aniversário da revolta de 1943
Os presidentes alemão, Frank-Walter Steinmeier, polaco, Andrzej Duda, e isarelita, Isaac Herzog, depuseram coroas de flores no Monumento aos Heróis do Gueto, em Varsóvia, durante a comemoração do 80º aniversário da revolta de 1943
JANEK SKARZYNSKI/AFP/Getty Images

Comemorações dos 80 anos do levantamento judeu contra os nazis, na capital polaca, juntaram chefes de Estado da Polónia, Israel e Alemanha. Abundaram as alusões à invasão da Ucrânia

“A coragem dos que resistiram no gueto projeta-se para lá de Varsóvia” Presidentes polaco e alemão traçam paralelos entre nazis e Putin

Pedro Cordeiro

Em Varsóvia

Sirenes e sinos quebraram o silêncio da manhã fria e cinzenta de Varsóvia esta quarta-feira ao meio-dia. Passavam 80 anos desde que os nazis decidiram, a 19 de abril de 1943 — em cima da Páscoa judaica ­—, acabar com o que sobrava do gueto da capital polaca. Quase todos os 50 mil habitantes que aí restavam, de um pico de 460 mil três anos antes, acabariam por morrer nas semanas seguintes.

A efeméride juntou ao lado do Monumento aos Heróis do Gueto os presidentes da Polónia, Alemanha e Israel. Andrzej Duda, Frank-Walter Steinmeier e Isaac Herzog, entre outros, discursaram para centenas de convidados, entre sobreviventes do Holocauto, representantes diplomáticos, religiosos e políticos de vários países, militares e civis e muitos jovens, com copiosa cobertura jornalística internacional e sob fortes medidas de segurança. Os presidentes polaco e alemão traçaram paralelos entre o nazismo e a atual invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Que a força da nossa mão cerrada, meu Deus, manche de sangue as fardas deles”, disse o historiador polaco Marian Turski, sobrevivente de Auschwitz, instantes depois de os chefes de Estado terem percorrido a passadeira vermelha a partir do museu Polin, que documenta mil anos de presença judaica na Polónia. Turski citava o poema “Contra-ataque”, de Wladyslaw Szlengel, que se escondeu desde o rebentar da revolta e até 8 de maio de 1943 num bunker.

Centenas contra milhares armados até aos dentes… e aguentaram quase um mês

A evocação de 2023 acontece no mesmo local da carnificina de 1943. “Os rebeldes do gueto transformaram as ruas que nos rodeiam numa Termópilas judaica”, prosseguiu Turski.

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