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“Deus, como a esfinge, ficou em silêncio”: Polónia recorda revolta no gueto de Varsóvia, há 80 anos

Krystyna Budnicka, sobrevivente da revolta do gueto de Varsóvia em 1943, visita a exposição no Polin, museu de história judaica da capital polaca. Na altura da revolta no gueto chamava-se Hena Kuczer, tinha 11 e escondeu-se com a família nos esgotos, de onde os pais e a irmã não viriam a sair
Krystyna Budnicka, sobrevivente da revolta do gueto de Varsóvia em 1943, visita a exposição no Polin, museu de história judaica da capital polaca. Na altura da revolta no gueto chamava-se Hena Kuczer, tinha 11 e escondeu-se com a família nos esgotos, de onde os pais e a irmã não viriam a sair
JANEK SKARZYNSKI/AFP/Getty Images

Quase todos os 50 mil civis que restavam no gueto da capital polaca em 1943 morreram vítimas da investida nazi para erradicá-los de vez, iniciada a 19 de abril daquele ano. A minoria que resistiu também foi dizimada. Documentos escondidos em bunkers e escassas fotografias deram a conhecer ao mundo a barbárie ali cometida

“Deus, como a esfinge, ficou em silêncio”: Polónia recorda revolta no gueto de Varsóvia, há 80 anos

Pedro Cordeiro

Em Varsóvia

As 68 páginas do diário de Marylka, de quem sabe apenas que era uma jovem judia no gueto de Varsóvia; as 32 imagens captadas pelo bombeiro Zbigniew Leszek Grzywaczewski, recuperadas pelo seu filho Maciej há escassos meses, no sótão de casa da irmã; um diapositivo a cores de Zbigniew Borowczyk em que se vê a coluna de fumo do gueto a arder. São estes e mais alguns — muito poucos — os vestígios que sobram de um local onde chegaram a viver 460 mil pessoas no início dos anos 40.

Na primavera de 1943, três anos depois de ter sido criado e muralhado, a população do maior gueto judeu na Europa estava reduzida a 50 mil, fruto da deportação em massa para os campos de extermínio, no verão do ano anterior, que viu sair 265 mil judeus de Varsóvia e ser assassinados no próprio gueto mais 35 mil.

Foi então que o ocupante nazi decidiu acabar com os que restavam, esforço que por pouco não foi cabalmente bem-sucedido, tendo enfrentado resistência de uma minoria heroica. Foi há 80 anos e esta quarta-feira a capital da Polónia assinala o acontecimento na presença dos presidentes polaco, Andrzej Duda, israelita, Isaac Herzog, e alemão, Frank-Walter Steinmeier.

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