As 68 páginas do diário de Marylka, de quem sabe apenas que era uma jovem judia no gueto de Varsóvia; as 32 imagens captadas pelo bombeiro Zbigniew Leszek Grzywaczewski, recuperadas pelo seu filho Maciej há escassos meses, no sótão de casa da irmã; um diapositivo a cores de Zbigniew Borowczyk em que se vê a coluna de fumo do gueto a arder. São estes e mais alguns — muito poucos — os vestígios que sobram de um local onde chegaram a viver 460 mil pessoas no início dos anos 40.
Na primavera de 1943, três anos depois de ter sido criado e muralhado, a população do maior gueto judeu na Europa estava reduzida a 50 mil, fruto da deportação em massa para os campos de extermínio, no verão do ano anterior, que viu sair 265 mil judeus de Varsóvia e ser assassinados no próprio gueto mais 35 mil.
Foi então que o ocupante nazi decidiu acabar com os que restavam, esforço que por pouco não foi cabalmente bem-sucedido, tendo enfrentado resistência de uma minoria heroica. Foi há 80 anos e esta quarta-feira a capital da Polónia assinala o acontecimento na presença dos presidentes polaco, Andrzej Duda, israelita, Isaac Herzog, e alemão, Frank-Walter Steinmeier.
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