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Quando o desastre de Fukushima desagua no mar: receios e riscos das descargas anunciadas pelo Japão

Quando o desastre de Fukushima desagua no mar: receios e riscos das descargas anunciadas pelo Japão
REUTERS

Apesar dos receios da população local e de oposição regional, o Japão vai descarregar no Pacífico mais de um milhão de toneladas de água da central nuclear de Fukushima, que, apesar de tratada, mantém trítio. Não se prevê que represente perigo para a vida humana, mas fatores aleatórios podem aumentar os riscos. Não há data definida para o primeiro de vários despejos que deverão ocorrer ao longo de três décadas. Sabe-se apenas que será na primavera ou no verão

Quando o desastre de Fukushima desagua no mar: receios e riscos das descargas anunciadas pelo Japão

Salomé Fernandes

jornalista da secção internacional

“Será esta neve radioativa?” Foi o pensamento que assaltou a mente de Saeko Uno, ex-moradora de Fukushima, quando olhou para o céu, ao sair da cidade, durante a noite de 11 de março de 2011 e viu pequenos flocos de neve a cair.

Passaram mais de 12 anos desde que um sismo de magnitude 9,0 na escala de Richter abalou o Japão. Ao sismo seguiu-se um tsunami e a tragédia continuou a agravar-se, num dos piores desastres nucleares de que há memória. Morreram mais de 18 mil pessoas e mais de 150 mil viram-se forçadas a abandonar a zona. A neve e as baixas temperaturas foram apontadas como dificuldade acrescida às operações de resgate.

Saeko Uno vivia com o marido, a filha de quatro anos e dois gatos. Quando soube, à noite, que o fornecimento de energia na central nuclear de Fukushima Daiichi ainda não estava reposto e se previa que as barras de combustível estivessem danificadas, tomou a decisão de sair da cidade. “Acho que fiz parte do primeiro grupo a decidir sair. Foi o facto de estar a trabalhar no tema de energia nuclear e com uma criança pequena que me ajudou a tomar essa decisão”, conta ao Expresso, por escrito.

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