“Será esta neve radioativa?” Foi o pensamento que assaltou a mente de Saeko Uno, ex-moradora de Fukushima, quando olhou para o céu, ao sair da cidade, durante a noite de 11 de março de 2011 e viu pequenos flocos de neve a cair.
Passaram mais de 12 anos desde que um sismo de magnitude 9,0 na escala de Richter abalou o Japão. Ao sismo seguiu-se um tsunami e a tragédia continuou a agravar-se, num dos piores desastres nucleares de que há memória. Morreram mais de 18 mil pessoas e mais de 150 mil viram-se forçadas a abandonar a zona. A neve e as baixas temperaturas foram apontadas como dificuldade acrescida às operações de resgate.
Saeko Uno vivia com o marido, a filha de quatro anos e dois gatos. Quando soube, à noite, que o fornecimento de energia na central nuclear de Fukushima Daiichi ainda não estava reposto e se previa que as barras de combustível estivessem danificadas, tomou a decisão de sair da cidade. “Acho que fiz parte do primeiro grupo a decidir sair. Foi o facto de estar a trabalhar no tema de energia nuclear e com uma criança pequena que me ajudou a tomar essa decisão”, conta ao Expresso, por escrito.
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