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Robert Sherman, ex-embaixador dos EUA em Lisboa: “As pessoas mais novas acreditam que podem fazer a diferença em Portugal”

Robert Sherman recebeu o Expresso na Universidade Católica, em Lisboa
Robert Sherman recebeu o Expresso na Universidade Católica, em Lisboa
Antonio Pedro Ferreira

Embaixador dos Estados Unidos da América em Lisboa nos tempos do Presidente Barack Obama — tendo-se tornado conhecido pelos vídeos de apoio à seleção portuguesa de futebol —, Robert Sherman nunca perdeu a ligação ao país. O advogado de 69 anos deu uma entrevista ao Expresso, parte da qual se publica abaixo, surgindo o resto na edição impressa do jornal a 6 de abril. Membro do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco há seis anos, Sherman aceitou, recentemente, o convite da Universidade Católica para ensinar num curso de Política, Filosofia e Economia

Robert Sherman, ex-embaixador dos EUA em Lisboa: “As pessoas mais novas acreditam que podem fazer a diferença em Portugal”

Pedro Cordeiro

Editor da Secção Internacional

Voz da Casa Branca entre nós de 2014 a 2017, Robert Sherman tem visível gosto em partilhar a sua visão do estado do mundo. Recém-contratado pela Universidade Católica, procura transmitir aos alunos uma visão geopolítica holística. Preocupado com zonas do planeta como África ou o Sueste Asiático, onde se arrastam conflitos armados que o mundo rico tende a esquecer, conta ao Expresso que há dias a embaixadora da União Africana em Washington lhe disse — num jantar de diplomatas que organizou a a pedido do Departamento de Estado — que “o Ocidente devia prestar mais atenção ao que lá se passa, ao sofrimento, à ajuda de que precisam”.

Numa entrevista ao Expresso ­— de que poderá ler a maior parte na edição impressa de 6 de abril —, Sherman debruça-se sobre o que vem ensinar em Portugal; a guerra na Ucrânia, para a qual não vê saída a breve prazo; o crescimento da China enquanto potência global e as ameaças a Taiwan; e as alianças que necessariamente se vão formando. Na parte da conversa que pode ler abaixo, reflete sobre o que mudou em Portugal, os perigos do TikTok e… a seleção das quinas, claro.

Chegou a Portugal há nove anos, num momento difícil para nós. Que mudou desde então?

Quando cheguei dizia, nos meus discursos, que mais do que a crise económica, o que travava este país era a crise de confiança do povo português. Parecia-me um resquício da ditadura, em que nasceram as pessoas da minha idade. Mas quando deixei o posto afirmei que via algo diferente nas gerações futuras. Pessoas mais novas, como os meus alunos na Católica, têm uma atitude diferente. Acreditam que podem fazer a diferença em Portugal. São qualificados em várias disciplinas. Lançam negócios próprios. A crise de confiança acabou, em muitos aspetos, quando foram campeões europeus de futebol. Vi isso no meu país, no meu Estado, com o basebol. Ao fim de 86 anos os Boston Red Sox ganharam um título, e a cidade transformou-se. Passámos de achar que nunca éramos suficientemente bons a saber que alcançáramos algo. De volta a Portugal, vejo outro espírito e uma energia que não existia quando cá cheguei. Isso reflete-se na forma como o mundo olha para Portugal: como um lugar para explorar. Daí o aumento do turismo vindo de todas as partes do mundo.

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