Do ponto de vista militar, a partir desta terça-feira Portugal faz fronteira com a Rússia. Com a adesão da Finlândia à NATO, a fronteira da Aliança Atlântica com o país de Vladimir Putin vai estender-se por monstruosos 2500 quilómetros. Qualquer Estado-membro terá de prestar auxílio militar ao novo aderente, em caso de agressão.
Em menos de um mês, ser “pró-NATO” na Finlândia, país cuja neutralidade militar definiu durante anos a forma como os seus habitantes se viam e ao seu lugar no mundo, passou a ser uma afirmação de valores. O apoio à adesão disparou para os 80% depois da invasão da Ucrânia, e ali se consolidou.
A Finlândia torna-se o 31º país da aliança militar. “Aproximamo-nos mais da Rússia, a ameaça está encostada à nossa fronteira, passamos a ter contacto direto. Isto quer dizer que se alguma coisa acontecer na Finlândia, seremos todos chamados. É um por todos e todos por um”, diz ao Expresso o professor Francisco Proença Garcia, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, conselheiro militar da Delegação Portuguesa à Organização do Tratado do Atlântico Norte e da Agência Europeia de Defesa entre 2008 a 2011.
Até agora, os protocolos de cooperação da NATO com a Finlândia, que existem há quase 30 anos, não obrigavam à ativação do artigo 5º. É essa disposição do Tratado que requer a solidariedade de todos em caso de ataque a um.
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