Internacional

Eleições na Nigéria: 94 milhões de eleitores, 170 mil locais de voto, 24 candidatos a Presidente

O Presidente nigeriano Muhammadu Buhari, e a sua mulher, Aisha Buharia votarem em Daura
O Presidente nigeriano Muhammadu Buhari, e a sua mulher, Aisha Buharia votarem em Daura
NIGERIA'S PRESIDENCY/Reuters

Alargado o horário de funcionamento de várias secções de voto: “Não conseguimos abrir a tempo alguns locais de voto, por problemas logísticos, que persistem, apesar dos nossos esforços. Ainda que existam algumas queixas, foram entregues milhões de boletins e folhas com resultados”, disse o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente

O ato eleitoral na Nigéria para escolher o sucessor do Presidente, Muhammadu Buhari, ficou marcado por atrasos em algumas secções de voto, mas sem registo de incidentes graves, noticia a agência EFE.

Perto de 94 milhões de eleitores nigerianos foram hoje às urnas para escolher o sucessor de Muhammadu Buhari, de 80 anos, que está no poder desde 2015 e se encontra impedido constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.

Concorrem ao cargo de chefe de Estado 18 candidatos e, pelo menos, 4.223 pessoas aos 469 lugares na Assembleia Nacional, 109 senadores e 360 deputados à Câmara dos Representantes.

A Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC), que preparou mais de 170 mil centros de votos, por todo o país, tinha registados perto de 93,5 milhões de possíveis votantes e decidiu manter as urnas abertas até às 14h30, hora local (13h30 em Portugal).

No entanto, muitas destas secções de voto acabaram por fechar mais tarde, depois de se terem verificado atrasos na abertura, o que causou frustração junto dos eleitores.

O presidente da INEC, Mahmud Yakubu, reconheceu estas falhas logísticas, mas assegurou que todas as pessoas que chegaram ao local de voto antes do fecho das urnas poderiam votar.

“Não conseguimos abrir a tempo alguns locais de voto, por problemas logísticos, que persistem, apesar dos nossos esforços. Ainda que existam algumas queixas, foram entregues milhões de boletins e folhas com resultados”, indicou o responsável do INEC, em declarações aos jornalistas.

Mahmud Yakubu confirmou também a existência de, pelo menos, um ataque de presumíveis terroristas contra os trabalhadores do INEC no estado nigeriano de Borno (nordeste), um dos bastiões dos grupos jihadistas do Boko Haram e do Estado Islâmico.

Segundo o presidente do INEC, um grupo de atacantes, alguns ainda por identificar, dispararam contra os escritórios deste organismo na cidade de Gwoza.

Para garantir a segurança das eleições, a polícia nigeriana informou que destacou mais de 301.900 agentes em todo o país.

Pela primeira vez desde 1999, as eleições presidenciais podem vir a ser decididas em duas voltas, devido à popularidade crescente de um candidato alternativo aos dois partidos que historicamente disputam o cargo.

Bola Ahmed Tinubu, do Congresso de Todos os Progressivos (APC, na sigla em inglês, no poder), e Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP, maior partido da oposição), são os mais fortes candidatos de um sistema que se tem mantido estável desde o fim da ditadura militar em 1999, mas que, desta vez, é desafiado por um “forasteiro”, Peter Obi, do Partido Trabalhista (LP), líder nas principais sondagens pré-eleitorais.

Os resultados eleitorais vão ser anunciados pelo INEC na próxima semana.

A Nigéria é o país mais populoso de África, com 222.182 milhões de pessoas, e quase 94 milhões de eleitores registados, dos quais quase 40% têm menos de 35 anos. O país tem uma das maiores populações jovens do mundo, com cerca de 64 milhões de pessoas com entre 18 e 35 anos e uma idade média de 18 anos.

Apesar de ser a maior economia de África e um dos seus principais produtores de petróleo, a Nigéria encontra-se em crise económica

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá subir este ano 3,2% para 574 mil milhões de dólares (541,8 mil milhões de euros), não obstante, o défice orçamental se ter aproximado dos 5% em 2022, e prevê-se que mais de 40% do orçamento da Administração Buhari para 2023 seja financiado pela dívida.


Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate