Luís Marques Mendes disse, no habitual comentário no Jornal da Noite da SIC, neste domingo, que é com a “intervenção rápida” portuguesa que o país consegue construir a sua “credibilidade externa”, a propósito do sismo que abalou a Turquia e a Síria e os incêndios no Chile. Apelou ainda que houvesse um esclarecimento aos portugueses sobre a preparação do país para uma catástrofe como aquela que aconteceu na Turquia.
O sismo de 7,8 graus na escala de Richter, que abalou a Turquia e atingiu também a Síria, foi uma “calamidade sem descrição” para o comentador da SIC, que realçou o “contributo positivo” dado por Portugal e pelo ministro da Administração Interna e as equipas que estão no terreno.
Marques Mendes recordou os 53 portugueses que estão a operar na Turquia - que no sábado resgataram uma criança com vida - e os 114 operacionais que foram destacados para uma catástrofe noutra região do mundo, os incêndios no Chile. O comentador considera que “Portugal tem de ter uma presença ativa [nestas catástrofes naturais], não se pode afirmar por quantidade de meios, mas por força de intervenção rápida”. “É assim que construímos o nosso prestígio e a nossa credibilidade externa”, acrescentou.
O conselheiro de Estado apelou à Assembleia da República para que faça audições a um conjunto de especialistas com o objetivo de esclarecer os portugueses sobre a possibilidade de uma calamidade semelhante acontecer no país, como se tem falado na última semana.
O comentador político gostaria que se falasse essencialmente de quatro pontos: saber se as leis relacionadas com o tema estão atualizadas, se os edifícios públicos, como hospitais, têm uma construção adequada, se há fiscalização e como está o país em matéria de seguros.
O sucesso de Zelensky
Ainda no plano internacional, Marques Mendes falou da guerra na Ucrânia - que está quase a completar um ano - referindo-se ao sucesso do presidente, Volodymyr Zelensky.
Na sua opinião, o presidente ucraniano tem sucesso devido a dois fatores: a “enorme capacidade política e de comunicação” e a “coligação de opinião pública ocidental e sobretudo europeia”.
Marques Mendes considera que é graças à boa imagem junto da opinião pública que a Ucrânia tem o apoio de países como a França e a Alemanha - que obviamente não querem ir contra a opinião pública. “A Alemanha e a França andam cheias de dúvidas e hesitações, estão ao lado da Ucrânia, mas não querem chatear a Rússia”, referiu. Também considera que é graças a esta popularidade na opinião pública que a Ucrânia vai conseguir os aviões caça F16, tal como conseguiu os tanques Leopold 2 da Alemanha.
Em relação à entrada da Ucrânia na União Europeia, o comentador considera que o processo “não vai ser lento, nem rápido, nem fácil”, pois se “há países que estão empenhados na entrada da Ucrânia”, há outros que são hipócritas. Há quem pense que é dar muito poder ao leste e outros temem que um país pobre como a Ucrânia possa inclusive ‘roubar’ fundos europeus a outros países que hoje em dia recebem mais.
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