Internacional

Lula na América: defesa da Amazónia e da democracia presentes no encontro com Bernie Sanders

Lula na América: defesa da Amazónia e da democracia presentes no encontro com Bernie Sanders
UESLEI MARCELINO/Reuters

Lula da Silva reuniu com o senador Bernie Sanders antes de ser recebido por Joe Biden na Casa Branca. Jill Biden enviou um ramo de flores de boas vindas a Janja Lula da Silva, que pode ver aqui

No encontro do Presidente Lula da Silva com Bernie Sanders, um dos mais reputados intelectuais da esquerda americana, Lula defendeu "a necessidade de fortalecer os fundamentos democráticos não apenas no Brasil ou nos EUA, mas em todo o mundo, porque há uma ameaça massiva de extremistas da direita que tentam minar a democracia".

O senador Sanders – uma das raras vozes que se opôs à prisão de Lula nos Estados Unidos – falou com os jornalistas no final do encontro.

Citado pelo jornal Folha de São Paulo, Bernie Sanders disse que as "economias da América Latina e dos EUA trabalhem para trabalhadores, não apenas para bilionários".

A defesa da Amazónia também foi abordada no encontro entre o senador que foi várias vezes pré-candidato pelo Partido Democrata e o líder do Partido dos Trabalhadores que está no seu terceiro mandato presidencial.

"O futuro da Amazónia vai determinar se vamos conseguir salvar o planeta ou não. E os EUA têm de fazer tudo o que puderem para acabar com o desmatamento e proteger a Amazônia", disse o senador Sanders.

A viagem do Presidente Lula da Silva a Washington marca uma nova etapa das relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Em 2024 , os dois países vão celebrar o bicentenário de relações diplomáticas.

O encontro de Biden e Lula acontece ao fim do dia de sexta-feira. Os dois Presidentes vão falar sobre defesa da democracia, dos direitos humanos e do meio ambiente, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

A guerra da Ucrânia é outro tema da agenda dos dois chefes de Estado. O Governo brasileiro condena firmemente a guerra da Ucrânia mas, apesar disso, não é expectável que Lula da Silva desalinhe da política seguida por Jair Bolsonaro e venha a concordar com o fornecimento de armas ou uma interferência direta no conflito. “Biden não vai conseguir uma declaração de Lula nesse sentido”, disse ao Expresso o professor de Filosofia Política, Renato Lessa.

EUA não querem Brasil no Conselho de Segurança

As notícias da indigitação de Rousseff para a liderança do Banco dos BRICS coincidiram com o primeiro dia da visita do Presidente do Brasil aos Estados Unidos, a convite do seu homólogo norte-americano.

Se a questão ambiental e o desejo de que a democracia vença populismos de direita são comuns a Lula e Biden, os Estados Unidos não veem com tão bons olhos as boas relações do Brasil com a Rússia e a China, seus pares no clube dos BRICS, nem a vontade política que o Brasil e Lula têm de alcançar um lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A bênção americana seria mais fácil se o Brasil não partilhasse uma visão revisionista da política externa mundial com potências tão fortes quanto a China, Índia, Rússia e África do Sul.

Jill Biden e Rosângela e Silva (as mulheres dos dois Presidentes) têm um encontro previsto para discutir outros temas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate