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Justiça espanhola não acompanha aproximação política de Sánchez aos independentistas da Catalunha

Fotografias do juiz Pablo Llarena, do Supremo Tribunal Espanhol, queimadas durante uma manifestação independentista na Catalunha
Fotografias do juiz Pablo Llarena, do Supremo Tribunal Espanhol, queimadas durante uma manifestação independentista na Catalunha
JOSEP LAGO/AFP/Getty Images

Eliminado o delito de sedição, o instrutor do processo judicial contra os independentistas catalães propicia a aplicação da variante mais grave do peculato. Pedidos de extradição por este crime terão, previsivelmente, menos resistência internacional

Justiça espanhola não acompanha aproximação política de Sánchez aos independentistas da Catalunha

Ángel Luis de la Calle

Correspondente em Madrid

O sistema judicial espanhol parece estar organizado, em vários dos seus muitos ramos, para neutralizar as tentativas do Governo de reduzir a tensão na Catalunha através de reformas e medidas legislativas que desagravem situações de conflito entre o Estado central e o executivo regional. Tendo o primeiro-ministro Pedro Sánchez conseguido, após complicadas negociações, a despenalização de delitos cometidos há mais de cinco anos pelos principais instigadores da intentona separatista de 2017 — encabeçados pelo antigo presidente Carles Puigdemont —, juízes e procuradores do Tribunal Supremo voltam a qualificar as condutas dos envolvidos em termos gravosos. Embora a aproximação política seja evidentes, a pacificação jurídica continua muito distante.

Há semanas, no contexto de uma reforma mais vasta do Código Penal vigente, o Governo de coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) e a Unidas Podemos (UP, esquerda populista) revogou o delito de sedição, pelo qual foi condenada a maioria dos dirigentes independentistas. Substituiu-o por desordem pública agravada e também alterou a qualificação do peculato (desvio de fundos públicos), reduzindo consideravelmente as penas que lhe são aplicáveis, e que afetavam igualmente os políticos separatistas processados.

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