Exclusivo

Internacional

China: o desafio de inverter as marcas deixadas pela política do filho único

China: o desafio de inverter as marcas deixadas pela política do filho único
WU HAO

Maioritariamente composta por homens e envelhecida, a população chinesa encolheu, em 2022, pela primeira vez em mais de meio século. Com dificuldades económicas no horizonte, tomar medidas para encorajar a natalidade torna-se uma necessidade e um desafio

China: o desafio de inverter as marcas deixadas pela política do filho único

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

Depois de décadas de restrições a quem quisesse alargar a família, a queda da política do filho único em 2016 não foi suficiente para a China inverter a tendência de diminuição da natalidade do país. A população está em declínio: o país chegou ao final de 2022 com 1411,75 milhões de habitantes, o que representa uma perda de 850 mil pessoas.

O Instituto Brookings, localizado nos Estados Unidos, descreve que a China recorreu a esterilizações em massa e campanhas de abortos para aplicar a política do filho único, com mais de 14 milhões de abortos e a inserção de 17,8 milhões de dispositivos intrauterinos só no ano de 1983.

Scott Rozelle, especialista em desigualdade educacional na China, da Universidade de Stanford, frisa que, não se conseguindo aumentar a natalidade, há que assegurar maior qualidade na educação das crianças que nascem. “Cerca de dois terços dos bebés nascem em famílias rurais. E 40 a 50% desses são educados de tal forma que o seu nível de ‘desenvolvimento’ é atrasado”, escreve numa resposta ao Expresso. Defende que este cenário tem implicações não só na criança, mas na economia.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate