Matteo Messina Denaro era o homem mais procurado pelas autoridades italianas. Também conhecido como “Diabolik”, era ele o “capo di tutti capi” (o chefe de todos os chefes, em português) da máfia siciliana, até ter sido detido na manhã desta segunda-feira, numa clínica privada em Palermo, onde se supõe que vivia há um ano sob o nome falso de Andrea Bonafede. O patrão da Cosa Nostra estava foragido há 30 anos. Mas, afinal, o que se sabe sobre o principal líder desta sociedade criminosa?
Matteo Messina Denaro nasceu há 60 anos, no dia 26 de abril de 1962, na cidade de Castelvetrano, na região da Sicília. O pai era um influente chefe da Cosa Nostra e Messina Denaro desde cedo se envolveu nos negócios da ‘família’, tendo construído um império criminoso, avaliado em milhares de milhões de euros.
Descrito frequentemente como um “playboy”, o líder da máfia era alguém que gostava de ostentar a sua fortuna. Mantinha um estilo de vida luxuoso, financiado por banqueiros, políticos e empresários que estavam ligados, de alguma forma, a Matteo Messina Denaro.
O até agora ‘padrinho’ da Cosa Nostra era um dos dez criminosos mais procurados em todo o mundo, alguém que até se gabava dos seus crimes, como quando afirmou: “Enchi um cemitério sozinho”.
Embora estivesse a monte desde 1993, após ter orquestrado os ataques bombistas em Milão, Florença e Roma, o “chefe de todos os chefes” foi julgado e condenado a prisão perpétua em 2002 pela autoria de dezenas de homicídios, entre os quais se destaca o sequestro, tortura e assassinato do filho de 11 anos de um mafioso.
Embora fosse um nome sobejamente conhecido em Itália, poucas eram as fotos que permitissem identificar “Diabolik”, o que obrigou a polícia a utilizar retratos robô.
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Apesar de ter permanecido em fuga durante 30 anos, Messina Denaro continuou a controlar a máfia siciliana à distância, a partir dos vários esconderijos por onde foi passando.
O mafioso tornou-se o patrão da Cosa Nostra após as mortes de dois dos principais líderes da organização, Bernardo Provenzano, em 2016, e Salvatore Riina, em 2017. O seu negócio baseava-se sobretudo no tráfico de droga, extorsão, despejo ilegal de lixo e lavagem de dinheiro.
Por várias vezes ao longo dos anos, esteve perto de ser capturado e, em 2013, a irmã do mafioso e vários dos seus parceiros foram presos pela polícia italiana. Além disso, muitos dos seus bens foram apreendidos, o que deixou o criminoso cada vez mais cercado.