A justiça norte-americana decidiu a favor da Cuba sobre os direitos comerciais da marca de charutos Cohiba nos Estados Unidos, anunciou esta sexta-feira a empresa Habanos S.A., que comercializa os famosos charutos.
"A Habanos S.A. congratula-se com a sentença do tribunal de marcas registadas e patentes, de 20 de dezembro, a favor da sociedade cubana de tabaco (Cubatabaco), após décadas de luta pelos direitos da marca de charutos Cohiba nos Estados Unidos", refere a empresa num comunicado hoje divulgado, citado pela Agência France Presse.
O tribunal decretou "a anulação do registo da [marca] Cohiba pela [empresa norte-americana] General Cigar", lê-se no comunicado da Habanos S.A., sociedade formada pela Altadis, propriedade do grupo britânico Imperial Tobacco, e pela Cubatabaco.
A sentença, passível de recurso, permite à Cubatabaco registar a marca Cohiba nos Estados Unidos, a de maior prestígio entre as 27 comercializadas pela empresa numa centena de países.
No entanto, os charutos Cohiba não podem ser vendidos nos Estados Unidos, devido ao embargo norte-americano contra Cuba em vigor desde 1962.
A Habanos S.A. recorda que o processo relativo aos direitos da marca Cohiba nos Estados Unidos "remonta a mais de 25 anos, quando foi instaurado um processo em 1997".
A marca Cohiba, que surgiu em 1966, deve o seu nome ao termo usado pelos índios taínos, um dos povos nativos de Cuba, para designar as folhas de tabaco enroladas que fumavam, e surpreenderam Cristóvão Colombo ao chegar àquela ilha há mais de cinco séculos.
Cohiba era a marca preferida de charutos de Fidel Castro.
O tabaco cubano, considerado o melhor do mundo pelos especialistas, é um dos principais produtos exportados de Cuba. Segundo a Habanos S.A., em 2021, as vendas aumentaram 15%, para um total de 568 milhões de dólares, apesar dos efeitos da pandemia da covid-19.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes