Um tribunal de apelações em Istambul confirmou esta quarta-feira a sentença de prisão perpétua do ativista e empresário turco Osman Cavala, detido há cinco anos por "conspiração para derrubar o governo", acusado de financiar os amplos protestos antigovernamentais de 2013.
Os juízes também confirmaram as sentenças de 18 anos de prisão para outros sete réus pelo mesmo crime, e que estão presos desde que a sentença foi proferida em abril, noticiou o jornal turco BirGün. Todos os condenados são intelectuais de renome, entre estes juristas, cineastas e arquitetos.
A oposição turca considera o caso um julgamento político para silenciar vozes de protesto contra o governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. O caso agora vai ser alvo de recurso para o Supremo Tribunal.
Kavala, conhecido mecenas dos centros culturais e do debate político, sempre negou os crimes que lhe são atribuídos, e desde outubro de 2021 recusa-se a participar nas audiências de julgamento, devido às declarações públicas de Erdogan contra ele.
Em outubro passado, o empresário disse que não havia hipótese de um julgamento justo depois de Erdogan ter referido publicamente que "bandidos, assassinos e terroristas" não serão libertados.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR) pediu a libertação de Kavala por falta de provas razoáveis de que este cometeu um crime e, em fevereiro, o Conselho da Europa deu um passo adiante para sancionar a Turquia por não libertá-lo, enquanto o ativista pedia ao alto tribunal para reexaminar o caso.
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